Título da redação:

Só mais uma piada

Proposta: Os limites entre humor e ofensa

Redação enviada em 08/06/2018

Em seu livro "o riso", o filósofo francês Henry Bergson nos mostra que o ser humano se difere dos outros animais porque ri e se faz rir. O humor, por conseguinte, nasce sendo uma fonte de indentidade a ser valorizada. Quando usado para ofender, entretanto, transforma-se em preconceito e deve ser repudiado. Uma das formas comumente usadas para fazer graça é a ridicularização do próximo, tal como suas crenças. É o caso, por exemplo, do comediante Rafinha Bastos que repercutiu nos meios de comunicação em 2011 ao dizer que mulheres considerandas por ele feias deveriam agradecer por serem estupradas. Acontecimentos como esse evidenciam a forte intolerância que certos discursos carregam em nome do humor, que perde seu papel de questionar o preconceito e passa a reforça-lo. Outrossim, vê-se dúvidas em relação ao limite das piadas propagadas atualmente. Na visão do filósofo Voltaire: não é preciso concordar, mas sim defender o direito do outro de dize-lo. Nessa perspectiva, observa-se que ao limitar a liberdade de expressão, não há liberdade de fato. Todavia, o humor não é impune às leis que regem a sociedade e para qualquer manifestação de ofensa se faz necessário o devido julgamento jurídico. Fica evidente, portanto, a importância de mitigar essa problemática. Antemão, cabe às diversas ONGs que defendem minorias o papel de vigilantes e mobilizadoras em frente a casos de opressão. Não obstante, é essencial que o Governo Federal, julgamente com o Ministério da Cultura, promova campanhas audiovisuais que mostrem e destaquem a existência do humor sem preconceito, juntamente com formas de denúncia caso alguém sinta-se ofendido com algo. Dessa forma, a afronta não atrapalhará mais a arte de rir.