Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Os limites entre humor e ofensa

Redação enviada em 14/06/2018

Em meados do século XX, diante de diversas tentativas de encorajar o uso de linguagem ou ações não excludentes, surgiu o adjetivo "politicamente correto". Contrário ao termo, muitas pessoas buscam defender a liberdade de expressão ao argumentarem que a sociedade está cada vez mais vitimista. O conflito estende ao ramo humorístico, no qual muitos artistas acreditam que tudo o que é dito tem como único intuito o riso dos ouvintes. Diante disso, surge a questão: existem limites para o humor? Todo discurso tem alicerces culturais, sociais e ideológicos. O humor ofensivo pode reforçar muitos estereótipos ao expor limitações, como os relacionados à raça. Em 2011, o humorista Rafinha Bastos foi criticado ao fazer uma piada relacionada à gravidez da cantora Wanessa Camargo. A polêmica o tornou o "rei da baixaria", além de ter que responder criminalmente por danos morais. O comediante Danilo Gentili, assim como tantos outros, também foi alvo de críticas dos internautas acerca do conteúdo de piadas, como a referência cômica ao holocausto promovido pelos alemães na Segunda Guerra Mundial. Em resposta às críticas, o termo "politicamente correto" é utilizado para justificar ataques ácidos contra o preconceito e a intolerância e, com o auxílio da internet, puderam potencializar a exclusão já intrínseca na sociedade brasileira. Além disso, o desrespeito diante das vítimas em detrimento da impunidade e da postura despreocupada dos autores contribuem para o agravamento da questão. Dessa forma, como dizia Paulo Autran: "Todo preconceito é fruto de burrice, da ignorância, e qualquer atividade cultural contra preconceitos é válida", o Ministério da Cultura deve garantir que os minoritários grupos sociais não sejam alvos de injúrias, como em programas de televisão, por meio da punição quanto aos responsáveis e da indenização aos ofendidos, além de campanhas que retratem e frisem que sim, há limite no humor.