Título da redação:

Redação sem título.

Proposta: Os limites entre humor e ofensa

Redação enviada em 04/12/2017

O humor é formado a partir de uma visão crítica do mundo e do comportamento humano. Entretanto, algumas pessoas, por meio de piadas e em nome da liberdade de expressão, propagam ódio, além de incentivarem a violência contra uma pessoa ou um grupo que age e pensa diferente. Nesse contexto, percebe-se que existe uma concepção errada de que não há limites para a comicidade. Em primeiro lugar, assim como retrata o documentário "O riso dos outros", nota-se a intensa utilização das minorias na formulação de piadas discriminatórias por diversos humoristas. Visto isso, o problema está na ampla aceitação da população em relação a esse tipo de humor, a qual paga para ir aos stand up desses indivíduos, ademais de lhes proporcionar audiência na televisão e na internet. Nesse cenário, eles utilizam o argumento de que se a plateia ri dessas piadas, continuarão a fazê-las, independentemente de ofender certo grupo social. Conforme a Constituição, todos temos direto à liberdade de expressão, porém deve-se saber conciliar essa com o direito de poder ser diferente sem sofrer preconceito, ou seja, qualquer pessoa deve ser respeitada, ainda que seja mediante piadas. Casos como o do comediante Rafinha Bastos, o qual ao ouvir o nome da cantora Wanessa Camargo, que estava grávida na época, disse em um programa: "Comeria ela e o bebê", mostram a ausência de senso crítico para a diferenciação entre um chiste e um insulto. Desse modo, essa propagação indireta de preconceito e ódio continuará crescendo caso as pessoas não perceberem o quão ofensivas podem ser essas bufonarias. Baseado nos argumentos apresentados, fica claro que novas medidas necessitam ser realizadas. Cabe ao Poder Executivo executar campanhas na mídia, a fim de provocar uma reflexão sensata na população sobre os diferentes tipos de humor, mostrando que há piadas engraçadas e inofensivas, incentivando a produção e a divulgação dessas em detrimento daquelas hostis. Logo, os comediógrafos buscarão outros temas que divirtam o público, mas que não denigram ninguém.