Muito se debate sobre os limites humorísticos. Tais debates vêm sempre carregados de opiniões e jargões sobre respeito e/ou liberdade de expressão, muito embora poucos possuam algum bom senso. O chamado “stand-up comedy” sempre foi muito popular no exterior, mas tem ganhado maior notoriedade no Brasil somente nesta última década. Tal notoriedade fez com que o estilo cotidiano do stand-up se alastrasse para outras mídias humorísticas, destacando-se na internet. Chegando à internet, todo tipo de público é atingido, e alguns tomam certas piadas como ofensa pessoal. Por mais claros que estejam os motivos unicamente cômicos das piadas, isso foi o suficiente para gerar alarde e debate sociais. A grande jogada do humor sempre foi a liberdade de escolha: “se não te agrada, não consuma”. A comédia sempre serviu a propósitos de entretenimento, nunca de ataque à certos grupos. A característica “ofensiva” de certas piadas serve a propósitos meramente ilustrativos. O problema não está nas (muito respeitáveis) pessoas que ignoram a comédia que as desagrada e seguem com seu dia, talvez buscando outro tipo de humor. O problema está naqueles que se julgam no direito de escolher o que ofende terceiros. Cidadãos “preocupados” com o bem-estar geral da população, em um ataque à liberdade de expressão, utilizam-se da censura disfarçada chamada de Politicamente Correto, a mais nova forma de autoritarismo. Em uma pressuposição de que determinadas palavras possuem caráter degenerativo, autoritários reprimem o emissor para proteger o “alvo” (assumindo que este não consiga fazê-lo sozinho), em uma atitude bastante condescendente para com as duas partes. A censura cômica deve ser exterminada. O humor que não agrada a certo público deve ser evitado pelo mesmo, nas formas mais simples e honestas de autoproteção e filtração de entretenimento. E aqueles que policiam a linguagem alheia, estes sim devem ser combatidos. Pois por mais disfarçado e escuso que o autoritarismo seja, ele ainda é autoritarismo.