Título da redação:

Discurso de ódio, quando a liberdade supera a libertinagem:

Tema de redação: Os limites entre humor e ofensa

Redação enviada em 20/01/2018

Presente desde os primórdios da civilização, o humor, caracterizado como uma forma de lazer, atribuiu-se a responsabilidade de descontrair e entreter o seu público-alvo. Porém, ao decorrer dos milênios seu significado e sua objetividade sofreram de uma notável perda modificando-o a ponto de que o mesmo transforma se, em casos específicos, em discursos de ódio ou ofensa. Fundadora e apoiadora da hastag “gordofobia não é piada”, a jornalista Alexandra Gurgel, tornou-se vítima da ofensa e da gordofobia vestidas como humor divulgado pelo humorista Danillo Gentile. Em seu tweet Gentile apresentou textos claramente ofensivos e gordofóbicos diretamente ligados a Alexandra, em resposta a vítima defendeu as minorias que são os principais alvos do humor caracterizado como ofensivo. O caso de Alexandra, é um perfeito exemplar de pessoas e humoristas que transformam-se em mal usuários da tão batalhada liberdade de expressão garantida pela constituição brasileira de 1988. A constituição brasileira também repudia o discurso de ódio ou qualquer ato de comunicação que inferiorize ou incite a violência ou a discriminação contra uma pessoa ou grupo, podendo assim caracterizar o humor baseado na “zombaria” como ofensivo. Deste modo os politicamente incorretos migram da área humorística para a ofensiva a partir do momento em que apresentam ofensas a parcelas da sociedade, como negros, gays, gordos, deficientes físicos etc. A fim de que não se confunda mais nem se pratique o humor ofensivo, é necessário educar a “plateia” com o objetivo que a mesma se torne respeitadora e além disso saiba quais são as barreiras que estabelecem os limites de onde a brincadeira persiste e onde o preconceito começa.