Título da redação:

Brincadeira de mau gosto

Tema de redação: Os limites entre humor e ofensa

Redação enviada em 17/07/2018

A felicidade é definida por Aristóteles como a finalidade de todas as ações humanas, um grande artifício para conquistá-la está no humor. O problema é que no Brasil a comicidade é utilizada de forma que reafirma e naturaliza preconceitos muito presentes em nossa sociedade, além de ser baseada no desrespeito de minorias, por isso, a liberdade de expressão nesses casos deve ser questionada para que esse tipo de discurso não seja repassado. Esse preconceito expresso de forma velada é tão presente que o jornalista William Waack da Rede Globo teve uma filmagem vazada na qual criticava quem buzinava o carro dizendo que “é coisa de preto”. Dado o passado escravocrata do país com o racismo ainda presente e com a altos índices de homicídios de negros, brincadeiras assim não deveriam ser toleradas. De acordo com o filósofo John Stuart Mill, a liberdade de expressão deve ser limitada apenas para que não seja nociva a outras pessoas, ou seja, a liberdade de expressão não deve servir de pretexto para piadas preconceituosas contra grupos como: mulheres, negros e homossexuais já que os prejudica. Ademais, os humoristas não precisam ofender determinado conjunto de pessoas para serem engraçados, pois podem trabalhar com a quebra de expectativas do seu público e com o inesperado como faz o grupo Barbixas no quadro Improvável. Deve, portanto, o Ministério da Cultura apoiar apresentações humorísticas que não sejam ofensivas, além de garantir que não sejam financiados filmes, apresentações entre outros que contenham piadas que reforcem o preconceito. Isso deve ser feito junto com as agências reguladoras como a ANCINE, Agência Nacional do Cinema.