Título da redação:

A liberdade de expressão de um termina quando a do outro começa

Proposta: Os limites entre humor e ofensa

Redação enviada em 24/03/2018

A Constituição Federal de 1988 concede proteção à liberdade de imprensa, à livre manifestação e ao direito à informação. Em vista disso, muitas vezes os humoristas usam e abusam da ofensa para fazer humor, utilizando os recursos que forem, que possam ou não ofender alguém e/ou um grupo de pessoas, para fazer o público rir. Por conseguinte, é necessário estabelecer um limite entre o humor e a ofensa que proteja a dignidade das pessoas. O comentário, “comeria ela e o bebê”, do humorista Rafinha Bastos, sobre a gravidez da cantora Wanessa Camargo, é um exemplo de humor que utiliza qualquer meio para entreter o público. Ademais, para muitos outros humoristas, a piada, que utiliza de comentários preconceituosos, é um recurso mais fácil de ser adotado, pois a fala pejorativa, na maioria dos casos, faz a plateia rir com facilidade e o humor é certeiro. A liberdade de expressão é um direito de todos, porém esse se limita a partir do momento que se fere o direito do outro. Outrossim, o humor que se sustenta na ofensa dissemina o preconceito e atitudes pejorativas a toda sociedade, concretizando um pensamento social alicerçado no racismo, na homofobia, na xenofobia e nos diversos outros preconceitos existentes. Torna-se evidente, portanto, que são necessárias mudanças tanto nas medidas governamentais quanto no pensamento social para se estabelecer um limite entre o humor e a ofensa. Diante disso, o Poder Legislativo deve elaborar leis, para serem aprovadas no Congresso Nacional, que protejam, ao mesmo tempo, o humor saudável (aquele que não utiliza da ofensa para fazer rir) e todas as pessoas e/ou grupo social. Para isso, as cidades, com o apoio do Governo Estadual, deve garantir que as leis sejam executadas por meio da fiscalização dos shows de “stand-up”, dos circos, dos teatros e dos livros, e aqueles que não obedecerem as leis devem ser encaminhados à justiça e responder pelos seus atos, com o objetivo de garantir que os direitos sejam iguais para todos, estabelecendo, então, o limite entre o humor e a ofensa.