"Toda nova tecnologia cria seus excluídos". A frase do filósofo francês Pierre Lévy, autor do livro "Cibercultura" aplica-se, certamente, ao Brasil, onde a inclusão digital, essencial para o desenvolvimento da sociedade, ainda não é uma realidade vivenciada por todos. Em primeiro plano, evidencia-se que no contexto atual, marcado pela Revolução Informacional e pelo fenômeno da globalização, é fundamental estar conectado. Segundo Lévy, inovações como o advento da internet possibilitaram a ampliação do conhecimento. Nesse sentido, garantir o acesso às tecnologias de informação e comunicação significa oferecer condições para que o indivíduo possa agir socialmente. Logo, a negligência do problema da exclusão digital também implica em prejuízos para o exercício pleno da cidadania, o que é inadmissível em um Estado democrático. Entretanto, mesmo com tamanha relevância, ainda existem impedimentos para a resolução da problemática. Percebe-se que, no país, a preocupação mínima do governo com a orientação da população em relação ao uso de tecnologias é o principal empecilho. Tal quadro pode ser observado em muitas escolas, especialmente as localizadas em periferias urbanas ou áreas rurais, as quais não têm professores e aulas de informática, além das ferramentas necessárias para o aprendizado e inserção de estudantes. Medidas, portanto, são necessárias para mitigar o impasse. O MEC, por meio de fóruns com especialistas e as comunidades, deve formular um plano de inclusão digital, a ser seguido pelas secretarias estaduais e municipais de educação. O projeto deve prever aulas de informática, contratação de professores ligados à área e a compra de recursos tecnológicos, a fim de que os brasileiros tenham contato não só com o mundo virtual como também com as possibilidades por ele oferecidas e destacadas por Pierre Lévy.