Segundo o escritor Ariano Suassuna, “Existem dois Brasis: o oficial e o real, o dos privilegiados e o dos pobres, respectivamente”. Assim, fica evidente que a inclusão digital, no Brasil, desdobra por grandes obstáculos para ser efetiva, como os desafios das desigualdades sociais, financeiras e educacionais. É notória a importância da tecnologia no cotidiano das pessoas, seja na indústria com desenvolvimento de maquinas digitais que operam mais rápido e com maior produtividade ou nas escolas, ampliando os meios de informação e de aprendizado, tudo voltado para facilitar e modernizar a sociedade. No entanto, a era digital é mais acessível para os grupos da população com maior poder aquisitivo, pois ter um computador ou ter assinatura à internet é caro. Assim, consequentemente, o mundo digital restringe-se a grupos sociais, que têm educação diferente. Dessa forma, a maioria da população – pobre e de baixa escolaridade- torna-se excluída do meio digital. Exemplo disso está nos dados do IBGE de 2014 que, nas regiões Norte e Nordeste, um terço da população possui computadores e, nas classes sociais D e E, 14% dos domicílios têm acesso à internet. Além disso, convém acrescentar que a escola tem relevante influência na promoção da inclusão digital dos alunos. Nesse contexto, se é caro ou difícil usar um computador, cabe à escola orientar, incentivar e disponibilizar espaço para que os alunos se sintam incluídos no mundo digital. Destarte, incluindo no cotidiano da escola as aulas digitais e disponibilizando salas para esse acesso, mesmo que os alunos não as tenham em casa tornarão um meio para o acesso. Parafraseando o educador Paulo Freire, ninguém ensina ninguém, todos aprendem juntos. Logo, a escola é um dos melhores ambientes para promover Educação e, como isso, corroborar com a inclusão digital das pessoas. E importante, portanto, perpassar as diferenças sociais e financeiras existentes no Brasil para promover a inclusão digital. Para isso, o Governo Federal, por meio do Ministério da Educação, deve investir verbas para criar salas de informática de livre acesso, a fim de incentivar o uso da internet e para facilitar o acesso daqueles que não têm condições de comprá-los. Outrossim, fazer parcerias com instituições privadas e facilitar a aquisição de computadores e da internet para ampliar as possibilidades de inclusão digital.