Com a globalização, a internet tornou-se obrigatória para a comunicação, as transações bancárias e inúmeras outras ferramentas com o objetivo de facilitar o cotidiano do usuário. Todavia, a rede mundial de computadores ainda está distante de ser democrática, haja vista que a maioria dos brasileiros não tem acesso aos computadores devido à desigualdade social e à falta de conhecimento da área tecnológica. Nesse viés, é vital o debate sobre as coibições da inclusão digital. A partir da década de 1930, o Brasil passou por uma industrialização rápida e desorganizada, a qual acentuou a desigualdade social existente em terras tupiniquins. Assim, com o advento da internet, uma nova forma de exclusão surgiu: a restrição digital. Em vista disso, muitos brasileiros não têm acesso à rede mundial de computadores e são, consequentemente, privados das benesses do mundo virtual, como o acesso à informação e à praticidade em resolver as pendências cotidianas. Isso ocorre pela disparidade comunal, que impede vários indivíduos de terem computadores ou de possuírem acesso à rede, excluindo-os desse universo cibernético. Ademais, como afirmou Horkheimer, sociólogo alemão, “O avanço dos recursos técnicos de informação se acompanha de um processo de desumanização.” Nesse sentido, cabe salientar que a escassez da democratização do conhecimento sobre o uso da esfera online impossibilita a inclusão digital, pois muitos cidadãos foram do analfabetismo para as redes, sem passar pela fase da biblioteca, o que torna precário o conhecimento de mundo, inviabiliza um maior entendimento das nuances digitais e contribui, de certa forma, para a exclusão das redes e para o encadeamento da desumanização. Torna-se evidente, portanto, a extrema necessidade de suscitar essa questão no Brasil. Para tanto, é fundamental que as escolas e as universidades promovam debates, palestras e campanhas que envolvam toda a comunidade acerca dos impedimentos da inclusão digital e de maneiras de romper com essas interdições, como cartilhas que instruam os indivíduos aos usos dos sites e ferramentas digitais, a fim de democratizar o acesso à internet. Além disso, é imprescindível que o Ministério das Comunicações, junto à mídia, ofereçam computadores e acesso gratuito à rede, bem como cursos de práticas tecnológicas, às populações que ainda são privadas das benesses do mundo virtual, com o objetivo de alfabetizar digitalmente os cidadãos, reduzir o abismo entre o analfabetismo e o conhecimento informativo e extinguir a exclusão digital. Desse modo, a sociedade brasileira será mais democrática e justa.