Título da redação:

Redação sem título.

Proposta: Os impedimentos da Inclusão digital na contemporaneidade brasileira

Redação enviada em 31/10/2017

Segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), existem 33.000 pessoas, atualmente, na fila de transplantes, com problemas gravíssimos e que se agravam com a demora, sendo que ela poderia ser encurtada caso houvessem mais doadores. Todavia, a falta de debates sobre o tema impede que tal ação ocorra, além do fato de haver uma lentidão estrutural nas instituições públicas que cuidam do assunto, configurando uma intempérie que urge ser combatida. Primeiramente, é preciso salientar que a ação do homem está condicionada a informação que ele possui sobre o assunto, visto que a carga cultural que possui define como o indivíduo compreenderá o mundo, sendo que essa é uma ideia defendida pelo sociólogo Pierre Bourdieu. Destarte, devido a falta de conhecimentos baseados em fatos, a sociedade passa a se guiar pelas tradições, criando múltiplos estigmas e riscos sobre o ato de doar órgãos, dificultando, dessa forma, o crescimento do número de doadores. Esse panorama é evidenciado por uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, que mostra que 40% dos doadores nunca contaram serem isso para seus familiares, mostrando certo receio em relação a isso. Outrossim, grande parte dos órgãos é perdida durante o transporte, consoante a ABTO, esse número chega a 30%, uma vez que esses possuem um curto prazo de validade e a logística envolvida é falha. A principal razão para isso é a grande dificuldade de se identificar um doador após sua morte, sendo esse o momento em que a doação é, normalmente, possibilitada, posto que poucos documentos possuem essa informação. Esse cenário não é condizente com o mundo tecnológico atual, em que existem curas para diversas doenças e que o transplante se torna gradativamente mais corriqueiro e fácil de ser realizado, e, então, deve ser combatido. Infere-se, portanto, que é vital que se fomente debates em múltiplos segmentos da sociedade, visando combater os estigmas existentes e, consequentemente, aumentar as doações. Para tal, o Ministério da Cultura deve conceder isenção fiscal para projetos culturais que realizem ações nesse sentido, aumentando, assim, o interesse do capital privado, que pode associar com esses atos, realizando uma propaganda positiva para ela e produtiva para a sociedade. Além disso, o Legislativo tem o dever de criar leis que coloquem em todos os documentos oficiais a informação do indivíduo ser, ou não, um doador, objetivando facilitar a identificação deles e reduzir a perda de órgãos saudáveis.