Nas últimas décadas, a tecnologia tem se popularizado expressivamente, tornando-se, cada vez mais, versátil e útil para o cotidiano da sociedade. Outrossim, diz-se que o acesso a Internet já é considerado um direito individual dos cidadãos, visto que a comunicação atual depende, majoritariamente, dessa ferramenta. Em contrapartida, no Brasil, é vista uma acessibilidade desigual desses meios pela população gerada por profundas chagas sociais do país. Nesse ínterim, é possível estabelecer uma ligação próxima entre a desigualdade socioeconômica brasileira e a exclusão digital, já que o acesso às redes virtuais se concentra no meio urbano e entre a classe financeira média da população. Esse cenário é corroborado pelo domínio dos serviços de telecomunicação pelas empresas privadas, que cobram elevadas tarifas a seus usuários e, geralmente, não atendem bairros mais periféricos. Por conseguinte, as parcelas populacionais menos favorecidas economicamente não possuem subsídios para garantir esse direito, tampouco ele o é garantido pelo Estado, que não disponibiliza meios gratuitos de acesso a Internet. Ademais, a simples oferta de eletrônicos e alcance digital à sociedade não seria suficiente para sanar tal problemática, pois a inclusão tecnológica implica também o uso prático das tecnologias e, para isso, é necessário conhecimento da coletividade. Desse modo, surgem novos impasses, visto que a taxa brasileira de analfabetismo é alta, englobando cerca de 10% da população acima dos 15 anos de acordo com o IBGE. Assim, apesar do fácil acesso, essas pessoas não seriam capazes de fazerem o uso pleno desses dispositivos. Analogamente, existe um desconhecimento dos possíveis benefícios ou, até mesmo, da existência de certas tecnologias pelos residentes mais interioranos ou cidadãos mais velhos, o que dificulta o ingresso digital dessas parcelas. Portanto, a conjuntura brasileira apresenta uma exclusão digital sustentada por problemas sociais sistemáticos do país. Sendo assim, é necessário que o Estado democratize o acesso à Internet, distribuindo, igualitariamente, esse serviço pelo território nacional por meio de instalação de redes sem fio em lugares públicos a fim de incluir a população excluída pelas empresas de telecomunicação. Além disso, é papel do poder público em associação com o Ministério da Educação, instalar computadores nas escolas públicas e criar aulas que informem os jovens sobre o uso e as vantagens das tecnologias. Por fim, para um alcance geral da nação, o Governo Federal pode veicular propagandas nas mídias televisivas, ressaltando os benefícios da inclusão digital.