O empreendedor e engenheiro mecânico Henry Ford, foi um dos pioneiros no desenvolvimento de automóveis no final de 1892, após a Revolução industrial. Compreende-se uma grande evolução para a mobilidade urbana, porém de nada vale se não haver consciência ao dirigir, já que os impactos da violência originada de tal meio são incalculáveis. Diante desse tema, dois aspectos fazem-se relevantes: suas causas e a deficiência do Estado brasileiro com suas leis brandas. Mormente, segundo a filósofa Hannah Arendt, em "a banalidade do mal", o pior mal é aquele visto como algo corriqueiro. Observa-se tal fenômeno diariamente nas ruas, na qual os indivíduos não envolvidos se comportam de maneira inerte ao que se trata de uma problemática que afeta a vida de cada um, até mesmo os inocentes. A complacência perante tal cenário faz dos terceiros, cúmplices, o que é inadmissível. Essa condição é, sobretudo, originada do desequilíbrio emocional instantâneo dos motoristas e aceitação, como algo ínfimo do dia-a-dia pelas pessoas ao redor. Desse modo, constata-se um despreparo dos condutores em grandes metrópoles, ainda mais com má-infraestrutura, um conjunto de precursores da violência no trânsito. Nesse ínterim, o Governo tem seu papel. Segundo o poeta e diplomata francês Saint-John Perse, a democracia mais que qualquer outro regime exige o exercício da autoridade. Porém, nota-se que a democracia não é posta em ação no Brasil. Não há fiscalização, atitude propícia a impunidade, ademais, mesmo que supervisionada, a lei é branda. Urge a necessidade da contenção das ocorrências de violência no trânsito, até por que é um enorme diminuidor do PIB e vê-se impacto direto na economia do país. Diante dos fatos supracitados, vê-se a necessidade de o Estado mudar tal conjuntura. O Poder Legislativo deve tornar as penas de crimes no trânsito mais severas, criando uma Proposta de Emenda Constitucional modificando as apreensões em mais árduas, como forma de amenizar esse impasse. Essa iniciativa pode ser reforçada ao elaborar o Orçamento Público, reservando uma porcentagem maior das verbas ao aperfeiçoamento da mobilidade urbana e à polícia militar ao realizar "blitz", além de companhas educativas de respeito e cuidado no trânsito, para que os motoristas repensem antes de tomar atitudes inadequadas. Destarte, o trânsito deveria ser um local harmonioso, fazendo com que o desenvolvimento aposteriori a Revolução industrial por Ford seja válido para a evolução da sociedade.