A industrialização brasileira, denominada de nacional-desenvolvimentista, teve como principais características a implantação numerosa de rodovias e alocação de transnacionais automobilísticas. Tal ação resultou no crescimento de veículos em circulação, promovendo maior comodidade ao seu comprador, mas também problemas, como a violência no trânsito, com implicações na saúde e educação do povo. Nesse contexto, vale analisar os impactos que as agressões nesse ambiente podem ocasionar. Em primeiro plano, cabe pontuar que a violência causa gastos ao Estado. Frutos da intensa urbanização, os engarrafamentos, aliados a um estilo de vida moderno, que valoriza a pressa, abrem espaço para que imprudências gerem cenários propícios à desrespeitos no tráfego. Assim, os acidentes, quando não levam à morte, oneram o governo, que tem que custear desde o deslocamento de ambulâncias até cuidados nos hospitais, sobrecarregando o sistema de saúde, que já tem dificuldades. Logo, gastos como esses poderiam ser evitados, se houvesse maior responsabilidade por parte dos condutores. Outrossim, o comportamento violento pode ser transmitido, produzindo um ciclo. Sabe-se que a família, como instituição base para a sociedade, é incumbida de passar diversos valores, como a educação e o respeito ao próximo. Nesse sentido, seguindo a lógica rousseauniana, de que o homem nasce bom, porém é corrompido socialmente, uma criança que assiste os pais/responsáveis discutindo e brigando no trânsito tende a naturalizar essa atitude, por vir da figura a qual ela se espelha. Desse modo, o infante torna-se um potencial propagador de atos nocivos no trânsito no futuro. Fica claro, portanto, que a violência é como uma “pedra” no caminho rumo ao desenvolvimento social e a cultura de paz no Brasil. Nesse tocante, urge a ação do governo federal e mídia, ao elaborar propagandas de cunho apelativo, nas redes sociais e meios de comunicação, sobre as consequências de atos impulsivos, a fim de conscientizar os cidadãos. Da mesma forma, a família, por meio de autopoliciamento diário deve transmitir os exemplos aos quais ela deseja, para se orgulhar dos pequenos que serão o futuro do país, contrariando Rousseau.