Mahatma Gandhi, famoso ativista indiano, disseminou no passado a ideia da não-violência. No entanto, tal questão, no Brasil hodierno, existe de modo inverso. Nesse contexto, a violência no trânsito é um sério problema que possui seus impactos negativos ampliados sob toda a sociedade. A tendência humana de quebrar regras e o ineficiente sistema de punição à infratores permite a continuidade da expansão desse cenário. A inclinação dos brasileiros para burlar regras exerce forte influência no alastramento da violência no trânsito. Isso porque inúmeros motoristas tendem a desrespeitar a sinalização presente tanto nas vias urbanas, quanto nas estradas. Dessa maneira, as ocorrências de brigas, discussões e acidentes geradas por ultrapassagens indevidas e pela desobediência à semáforos e placas revelam que é preciso, de imediato, uma maior educação no trânsito. Outro aspecto suma relevância são os ineficientes mecanismos de punição aos que geram violência no trânsito. As multas, as penas alternativas, como a doação de cestas básicas, e o pagamento de fianças acabam por promover a ideia de que cometer algum conflito ou ato infracionário no trânsito é praticamente irrelevante, visto que é fácil “se livrar” do problema usando apenas uma quantia em dinheiro ou comida. Não é à toa que ainda o Código Penal Brasileiro prever a substituição de detenções por prestação de serviço à comunidade àqueles que cometem crimes no trânsito. Embora caótica, essa situação é mutável. Assim sendo, é indispensável a adoção de medidas capazes de minimizar a questão da violência no trânsito. Posto isso, cabe às autoescolas disciplinar com rigor motoristas em formação, orientando e educando, por meio de aulas e debates reflexivos, sobre a importância do respeito aos códigos e as sinalizações de trânsito, a fim de evitar desde conflitos, até acidentes que podem custar a vida de cidadãos. Ademais, compete aos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) rever as penalidades no Código Penal para crimes no trânsito, modifica-las e pô-las em prática efetivamente, com o intuito de garantir a punição correta à infratores e, consequentemente sanar a ideia da irrelevância da violência no trânsito. Só assim a não-violência de Mahatma Gandhi será conquistada.