Segundo dados da Secretara de Segurança Pública, ocorreram, em média, 155 assassinatos por dia no Brasil, durante o primeiro semestre de 2017, o que mostra o verdadeiro caos da segurança pública existente no país. E essa mortes estão distribuídas pelo território nacional, em todas as esferas sociais, inclusive no trânsito, que atua como um cenário para a ocorrência de atos violentos, de uma forma geral. Consoante o filósofo Rousseau, o homem é corrompido pelo meio em que vive, portanto, para a existência de uma sociedade violenta, existem elementos no ambiente que corrompam os indivíduos que a constituem. Tais fatores estão diretamente ligados às desigualdades sociais, que geram, em alguns casos, no cidadão, um sentimento de revanchismo contra todos ao seu redor, devido a falta de opções para as massas que esse fator acarreta. E como o trânsito é um local naturalmente estressante, em que todos querem se locomover da forma mais rápida possível, este se torna um ambiente propício para a deflagração desses ódios, e, portanto, concentrado diversas ocorrências de graves crimes. É importante destacar que esses atos tendem a se normalizar, uma vez que as leis existentes para coibi-los se mostram ineficazes, fato televisionado diariamente, o que torna isso um conhecimento popular, logo, perdendo-se o sentido de segui-las. Tal mecanismo social foi descrito pelo sociólogo Émile Durkheim, que afirma que, para uma regra possuir validade, é vital a existência de um aparato de coerção para valida-lo. E a consequência de um estado de anomia social - perda total do poder das convenções sociais - é a animalização do homem, que passa a operar segundo a lei do mais forte, fomentando, assim, o crescimento exponencial de uma violência generalizada. Infere-se, portanto, que é primordial aumentar o efetivo policial nas ruas, com o aumento do número de patrulhas, visando a consolidar os textos constitucionais vigentes, coagindo possíveis transgressões e apaziguando situações que poderiam terminar em barbárie. Para tal, a Polícia Federal deve, em curto prazo, deslocar parte do efetivo da Polícia Militar, com o intuito de estancar o problema. Já em longo prazo, apresenta-se a necessidade da criação de um segmento específico para combater a violência nas áreas defluxo das cidades, o que exige da Polícia Federal a realização de concursos para juntar o grupo de pessoas necessárias e criar treinamentos específicos para sua atuação.