Título da redação:

Equilíbrio

Proposta: Os impactos da economia colaborativa no cenário de crise econômica do Brasil

Redação enviada em 20/05/2018

Com o advento da Globalização e da inovação técnica e tecnológica consequente dela, as relações comerciais adquiriram uma nova dimensão. Essa dinâmica foi fundamental para o estabelecimento de valores colaborativos nas mais variadas economias do mundo e, a cada dia, mais pessoas parecem se adequar a esse modelo econômico, em virtude de seus benefícios. Entretanto, a emergência dessa realidade pode despertar conflitos que, uma vez não solucionados, prejudicarão o equilíbrio social. De acordo com o cientista social Zygmunt Bauman, o surgimento do capitalismo enfraqueceu as relações interpessoais, culminando em uma "modernidade líquida", em que predomina o individualismo. Contudo, o fortalecimento da economia colaborativa aparentemente tem atenuado esse problema, uma vez que tem promovido maior integração social, já que o funcionamento dessa lógica econômica se baseia nas relações de confiança e consenso estabelecidas pela parte contratante e prestadora do serviço. Além disso, tal sistema mercantil também tem contribuído para a diminuição do consumismo, do ideal de posse e da produção insustentável, porquanto tem feito as pessoas perceberem que, na verdade, talvez só necessitem do serviço e não das ferramentas. Dessa forma, já são vários os que contratam profissionais terceirizados ou que alugam em vez de comprar equipamentos, diminuindo a demanda por novas fabricações. A popularização de plataformas como o Uber e o Getninjas, que intermedia a contratação de trabalhos residenciais, exemplifica bem essa realidade. Apesar disso, com a chegada dessa economia alternativa, vieram também alguns impasses. Infelizmente, ainda não existem regulamentações específicas previstas para esse nicho, ainda muito recente. Assim, embora apresente preços mais baixos, as negociações colaborativas ainda não oferecem os mesmos níveis de segurança e controle de qualidade que os mecanismos tradicionais. Estes, inclusive, acabam prejudicados, perdendo competitividade de mercado, em razão de possuírem mais despesas que os novos meios, como os impostos e as folhas salariais. Em alguns casos, essas instituições consolidadas se sentem tão lesadas, que se utilizam da repressão e da violência para manterem seus interesses, tal como nos recentes embates entre motoristas do Uber e taxistas. Em síntese, a economia colaborativa no Brasil é positiva, mas exige gerenciamento. Desse modo, é muito importante que o poder legislativo regulamente as atividades relacionadas a ela, por meio de legislações normativas e processuais, com o objetivo de promover um cenário justo a todos os constituintes do terceiro setor econômico. Dessa maneira, as realidades tornar-se-ão mais flexíveis e, finalmente, todos poderão se beneficiar das mudanças trazidas pelos avanços tecnológicos.