No livro “O Capital”, de Karl Marx, o autor detalha sobre o cúmulo de riqueza e a má distribuição do dinheiro entre a população. Tal descrição é uma característica marcante no sistema capitalista vigente no Brasil, e tem resultado em um alto índice de desemprego. Contudo, a chamada Economia Colaborativa está causando alguns impactos monetários diante dessa conjuntura de crise. Nesse sentido, se por um lado, as novas alternativas de mercado têm beneficiado aqueles com baixa renda, por outro lado, têm prejudicado os setores formais. Assim, é necessário pensar em estratégias para equilibrar a economia de forma que todos se privilegiem. Primeiramente, é notório o quanto a economia de rede tem favorecido aos desempregados e com baixos salários. Além das atividades como o Uber, compra e vende de produtos usados pela internet e o aluguel de quartos não terem todo a burocracia com documentação, não pagam impostos, o que possibilita ao fornecedor cobrar valores menores. Nesse sentido, enquanto a diária de um hotel simples é de aproximadamente R$ 120,00, um quarto pelo Airbnb custa R$ 40,00 ao dia. Diante disso, nesse caso, essa opção mais barata tem ajudado tanto o proprietário a ter uma rentabilidade com um quarto vago em sua casa, quanto ao indivíduo que não tem condições de pagar um hotel. Entretanto, a economia compartilhada tornou-se uma forte concorrente dos setores formais. De acordo com o jornal O Globo, os taxistas tiveram uma redução de 80% nas viagens após o advento dos serviços do Uber. Todavia, diante dessa realidade é possível supor que esse avanço das práticas informais significa uma falha no governo em promover a resiliência do ramo financeiro. Isso porque, apesar do país ter características neoliberais, idealizadas por Friedrich Hayek, ele ainda é marcado por uma alta intervenção do Estado na Economia. Dessa forma, os impactos e ascensão da economia colaborativa também é um reflexo da inaptidão governamental. As repercussões da economia de rede no cenário de crise econômica do Brasil são, portanto, o amparo a população de baixa renda, mas também prejuízo os serviços formais. Assim, é interessante que o Ministério do Trabalho reconheça e legalize as práticas econômicas alternativas sem que isso interfira nos valores. Tal iniciativa pode ser realizada por meio da elaboração de uma legislação mais ampla e flexível que inclua as novas formas de trabalho, mas sem cobrar altas cargas tributárias, com o objetivo de respaldar os envolvidos – fornecedor e consumidor – e manter a existência de produtos mais baratos ampliando a concorrência. Além disso, cabe aos grandes empreendimentos, como as redes de hotéis, reverem os valores que cobram pelo serviço prestado, de forma a não visarem somente a acumulação de riqueza. Com essas medidas será possível manter as ideias de Karl Marx apenas na teoria.