Título da redação:

Por trás do fogo cruzado

Proposta: Os fatores motivadores da violência escolar

Redação enviada em 27/04/2016

Como disse Freud, pai da psicanálise, a causa de um problema pode estar relacionada a fatos passados. O padrão comportamental da criança e do adolescente nas escolas está diretamente relacionado ao contexto familiar e social em que estão inseridos. Em um ambiente marcado pela violência e subumanidade, são criados indivíduos que, em plena infância, ao entenderem a violência como algo ordinário, acabam por refleti-la no cotidiano escolar. No dia-a-dia das escolas brasileiras, são comuns diversas situações de violência decorrentes de um ciclo de transtornos, causado, especialmente, pela desestrutura familiar e pela inabilidade dos responsáveis. Primeiramente, deve-se entender a situação em que diversas crianças se encontram, onde devem conviver com a violência diariamente, podendo testemunhar ou serem submetidas a atos violentos. São muitas as crianças vítimas de agressões físicas, ou até mesmo, abusos sexuais, dentro do próprio âmbito familiar. Carregadas de frustração e distúrbios psicoemocionais, estas deverão refletir, nos seus atos, a violência a qual foram habituadas, através de ameaças e agressões físicas e verbais, que poderão ser feitas tanto aos colegas quanto aos professores. Outro fator notável é a incapacidade das instituições de ensino de lidar com o problema, seja por negligência ou despreparo dos responsáveis, ou seja pela ausência do poder de se aplicar a disciplina. Os professores, por exemplo, são constantemente vítimas de ameaças dos alunos, de forma que temam as consequências de aplicar-lhes atos disciplinares. Desta forma, o aluno acaba por adquirir um sentimento de imunidade e dominância em relação ao professor, agravando-se o problema da indisciplina. Sendo assim, tornam-se evidentes as causas do problema, onde as influências de um ambiente perturbado, somadas à impossibilidade de se lidar com a situação, resultam em uma esfera de violência. É necessário que se faça valer o dever dos órgãos responsáveis de garantir a integridade de crianças e adolescentes, assim como a estabilidade no âmbito familiar e doméstico, como dita o Estatuto da Criança e do Adolescente. Também é fundamental que o profissional escolar tenha preparo o suficiente para poder lidar, com flexibilidade, as diversas situações no cotidiano escolar.