Promulgada pela ONU em 1948, a Declaração Universal de Direitos Humanos garante a todos os indivíduos o direito à segurança e ao bem-estar social. No entanto, a permanência da violência nas salas de aulas impossibilita que uma parcela dos brasileiros desfrute desse direito na prática. Nessa perspectiva, esses obstáculos devem ser superados para que uma sociedade integrada seja alcançada. O Brasil, estando entre às dez maiores economias do mundo, seria lógico acreditar que possui um sistema de ensino eficiente. Contudo, a realidade é justamente o oposto e a consequência dessa divergência é refletida na violência escolar. Segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil está no topo do ranking de violência em escolas. Diante do exposto, fica evidente a falta de iniciativas para resolução do problema. Nunca foram realizados levantamentos internos sobre o tema, por exemplo. Isso mostra que o tema não é prioritário, como se esse problema não tivesse impacto no aprendizado e cotidiano escolar. Faz-se necessário, ainda, destacar a falta de impunidade como motivador do problema. De acordo com Bauman, sociólogo polonês, a falta de solidez nas relações sociais, políticas e econômicas é a característica da “modernidade líquida” vivida no século XXI. Diante de tal contexto, os regimes escolares não costumam prever a violência contra professores e tão pouco saber quais punições deve ser realizado para o infrator. Portanto, ainda há entraves para garantir o direito de segurança dos docentes nas escolas. Dessa maneira, os colégios devem investir na realização de cursos de mediação escolar, promovendo formação de educadores que saibam lidar com a situação através de diálogo, evitando violência e atribuindo punições aos infratores. Além disso, o MEC deve dedicar-se a criação de campanhas vinculadas em meios midiáticos que objetivem a não violência em áreas escolares. Dessa forma, o Brasil poderia conter essa adversidade.