As Instituições sociais são formas de organização estáveis que possuem regras e padrões para controle da sociedade, além de estarem interelacionadas. Desse modo, mudanças nas relações humanas ao longo do tempo acabam promovendo modificações em todas as Instituições. A Escola tem como objetivos principais a socialização e a transmissão de cultura e conhecimento, representando a concretização da interação dentro de uma comunidade. Apesar de sua importância para a formação do indivíduo, percebe-se que a violência no ambiente escolar está ganhando cada vez mais espaço nos noticiários brasileiros. Dessa forma, é crucial discutir sobre as causas e os tipos de violência para que a segurança seja garantida. Em primeiro lugar, fica claro que a violência no país é mais cultural do que social. A fragilidade dos valores que regem nossa sociedade é a causa primordial de qualquer ato violento. Por conseguinte, a violência na escola reflete o racismo, o preconceito com o diferente, a não aceitação do outro e as questões de gênero, assim como ocorre culturalmente no Brasil. Essas causas derivadas mostram que o ódio ao outro pode ser usado como uma forma de afirmação de si mesmo. É importante ressaltar que a análise dessa questão ilustra um conjunto diversificado de ações, envolvendo tanto o corpo docente e discente, em decorrência de uma nota baixa, quanto uma briga entre alunos. De acordo com o sociólogo Muniz Sodré, a percepção da violência é dividida em duas dimensões distintas: o ato e o estado de violência. O ato é uma ação pontual contrária às normas sociais, enquanto o estado denota uma sensação continuada de insegurança. A recorrência, na mídia, de casos dentro das instituições de ensino facilita a percepção de que todos os tipos de violência estão presentes nas escolas, tanto a física e a moral quanto a psicológica. Assim, não só a integridade corporal do jovem é atingida, mas também o modo como este se vê ou é visto dentro do grupo. Além disso, a simples expectativa de violência, que caracteriza o tipo psicológico, já pode gerar consequências por toda a vida. Fica evidente, portanto, que é imprescindível analisar o estado de violência nas escolas brasileiras para promover segurança. O governo deve partir de ações preventivas como o policiamento reforçado ao redor das áreas escolares. Por sua vez, as escolas, em parceria com as famílias, devem investir na psicologia escolar, com dinâmicas que envolvam os alunos, para garantir pertencimento e reconhecimento do outro, além do atendimento psicológico propriamente dito. O silêncio diante do enfraquecimento de nossos valores não deve ser uma escolha.