O acesso às armas, drogas e bebidas, tem se estabelecido de maneira muito precoce na vida dos jovens e adolescentes brasileiros. A pouca maturidade e a incapacidade de lidarem com essas ferramentas perigosas, tornam suas vidas, assim como os ambientes frequentados pelos mesmos, ameaçados. No Brasil, segundo a Revista Veja, mais de 50% do corpo docente já sofreu com algum tipo de agressão no âmbito escolar. Segundo os professores, as agressões são motivadas, na maioria das vezes, pelo envolvimento dos jovens com drogas. Não poderia ser diferente, uma vez que o acesso às armas, drogas e bebidas no país, é desprovido de fronteiras, podendo ser realizado fora ou dentro do ambiente escolar. No entanto, considerar adolescentes e jovens como os únicos culpados pela atual situação das escolas brasileiras, é desconsiderar a negligência dos pais e da sociedade com estes indivíduos. Para Rosseau, " o homem nasce bom, contudo, a sociedade o corrompe". Seguindo a lógica do filósofo, é fácil compreender a parcela de culpa da sociedade, uma vez que esta se torna cada vez mais predatória, e nesta competição, os pais se tornam ausentes, delegando a educação dos filhos inteiramente à escola. O descaso do Governo Federal com o atual momento dos jovens brasileiros, com suas respectivas possibilidades de acesso às drogas, na escola ou na rua, assim como o comodismo da sociedade, são fatores determinantes para a reprodução da violência no país e nas escolas brasileiras. Desse modo, entende-se o perigo que os jovens e as escolas do país estão sujeitos. Assim, tornam-se essenciais maiores preocupações do Governo Federal com a promoção de incentivos escolares, por meio de bolsas estudantis, locais recreativos, como bibliotecas e acreditar no poder da educação na transformação social. Fortalecer as fronteiras e dificultar o acesso às armas e drogas também são necessários. Da mesma forma, as escolas devem fortalecer a fiscalização nas entradas, com detectores de metais. Não se deve esquecer, ainda, que a presença dos pais é indispensável na formação dos filhos, com transmissão de saberes e valores éticos. Nessa perspectiva, a sociedade brasileira não será mais uma reprodutora de "bons selvagens", como defendeu Rosseau, a escola será um lugar de construção de saber, não de crimes, de bons cidadãos éticos, respeitosos e acima de tudo, sociáveis.