A fronteira entre o ambiente escolar e a violência das ruas deixou de existir. Essa situação é causada por um conjunto de fatores que demandam uma análise muito complexa. Em suma, a violência escolar é o reflexo dos problemas sociais e da violência presente no país e no mundo. Contudo, a presença das drogas nas escolas e o baixo rendimento dos alunos são os principais fatores da violência no ambiente escolar. Infelizmente, agressões físicas ou psicológicas, vandalismo, tráfico e até assassinato, passaram a fazer parte da rotina de muitas escolas públicas e privadas, além de estarem cada vez mais reprisados nos meios midiáticos. E o uso de drogas por parte dos alunos é a principal razão que incita a violência escolar, já que em 42% dos casos notificados, os alunos agressores estavam sob efeito de drogas conforme aponta a pesquisa do SINPRO ( Sindicato dos Professores). Dessa maneira, várias escolas deixaram de ser uma referência de segurança e de futuro melhor, para as crianças e para os jovens, para se tornarem um ambiente de medo. Ademais, a falta de perspectiva de grande parte dos alunos em relação ao futuro profissional e acadêmico é expressada no baixo rendimento escolar. Mas uma nota abaixo da média geralmente não é entendida como sinalizadora para que os alunos possam melhorar em seus estudos. Paradoxalmente, alguns estudantes compreendem a nota como ofensa pessoal e ficam no enfrentamento verbal, enquanto outros partem para agressão física ou danificam os bens do professor. Essas situação também está estatisticamente registrada na pesquisa do SINPRO, pois relatou que 44% dos professores entrevistados afirmaram ter sofrido algum tipo de agressão (física, verbal ou assedio) relacionada com o baixo rendimento escolar dos alunos. Portanto, é necessário desenvolver programas educacionais que envolvam a comunidade, os alunos e os familiares com o intuito de criar ações planejadas para reduzir o uso de drogas, além de desenvolver novas metodologias pedagógicas para aumentar o interesse dos alunos pelo conhecimento, através de sugestões criativas e aceitas por todos. Ou seja, a luta contra a violência escolar é dever de toda sociedade e não apenas dos profissionais da educação. Os governos não devem investir apenas em sistema de vigilância nas escolas para melhorar a segurança, mas também em cursos de mediação de conflitos, que envolva diversos profissionais e educadores, focados em desenvolver mecanismos que incentivem a discussão e abordagens diferentes para os casos de violência ou de outros problemas que possam surgir na escola. Dessa maneira a violência nas escolas e nas ruas poderá ser reduzida, contribuindo para a edificação de uma sociedade com relações mais harmônicas e com menos problemas sociais.