No Brasil, o período colonial foi estruturado a partir de estratégias de exploração que, pelo próprio caráter de dominação, não foram pacíficas, como se pode observar nos episódios de confronto entre colonizadores e escravos africanos ou indígenas. Desde então, a violência sempre foi uma característica típica da sociedade brasileira, atingindo, inclusive, o ambiente escolar, que vem sendo palco frequente de manifestações de hostilidade protagonizadas por alunos e professores. A semelhança entre os ambientes sociais sugere que a escola reflete cenários exteriores aos seus próprios limites, reproduzindo conjunturas de aumento de criminalidade e de episódios de desrespeito e intolerância. Nesse sentido, a indisciplina observada dentre os alunos pode ser encarada como consequência de um contexto social fragilizado em que, muitas vezes, a ausência ou alienação parental contribui para o fortalecimento de aspectos agressivos da personalidade. Carentes de influencias éticas e cidadãs, os jovens apresentam dificuldade em reconhecer a autoridade dos professores que, por sua vez, precisam lidar com situações de risco pautadas pela ausência de mecanismos disciplinares que visem corrigir comportamentos contraproducentes no ambiente escolar. Ainda, o apelo à violência é, muitas vezes, uma estratégia utilizada para conquistar status social e, nesse ínterim, a prática do bullying se insere na tentativa de subjugação do outro, evidenciando a precariedade de valores morais e a insensibilidade quanto às diferenças. Portanto, torna-se necessário reformular o ambiente educacional, procurando minimizar os impactos de ambientes sociais externos. Essa mudança pode ser iniciada através da destinação de parte dos recursos da educação à introdução de disciplinas relacionadas à ética no currículo escolar e à inserção de psicólogos que possam auxiliar na promoção do respeito e da condescendência. Ainda, faz-se necessário estabelecer um diálogo eficiente entre sociedade e escola, organizando encontros periódicos e ressaltando a postura receptiva da escola quanto aos anseios dos pais e buscando, juntos, soluções para os conflitos comuns.