Se a situação da humanidade não é melhor, hoje, é simplesmente porque o progresso moral do homem não acompanhou seu desenvolvimento científico e tecnológico. Comparativamente, não é de se espantar que a mais primitiva unidade moral da sociedade (a criança), seja aculturada a um legado de miséria. Dessa forma, o desdém na construção de valores das crianças, somado a ausência de um poder coercitivo nas escolas e nas famílias, nos condena a uma nefasta consequência: A violência escolar. Em primeiro lugar, deve-se destacar a importância da construção do caráter desde a aurora da vida. Segundo o filósofo Immanuel Kant, “o homem é a única criatura que precisa ser educada”. Analogamente, qual seria o destino de uma criança que não é educada? Decerto seria a ausência de consciência moral, o que acometeria a uma não distinção clara entre certo e errado. Tal é, que muitas vezes o comportamento dessas acaba sendo moldado às ruas e, portanto, sujeito às iniquidades destas. Com isso, a negligência dos meios educativos pode ser autodestrutiva, porque a reação de tal indiferença é a violência. Seja dentro, ou fora das escolas. Em segundo lugar, aponta-se para a necessidade da existência de meios didáticos que imponham limites e deem o bom exemplo aos ingênuos. A narrativa “Os miseráveis” de Victor Hugo, explora a dimensão do poder das boas lições. Nela, Jean Valjean – inicialmente – um fugitivo da polícia e infrator da lei, conhece um bispo, que através das suas virtudes lhe ensina a maior lição de Cristo: Amar ao próximo como a ti mesmo. Adequando essa perspectiva às crianças, para os pais e/ou as escolas exercerem – ambas – a educação que fustigue a não violência, é preciso, além do exemplo, impor limites no que tange os interesses pessoais das mesmas, para que essas se façam dotadas de virtudes. Adaptando-as, assim, ao convívio social pacífico. Fica claro, então, que é preciso haver o conhecimento do quão importante é a educação de uma criança, pois esta define, hoje, o que ela vai ser amanhã. Violenta ou não. Imoral ou não. Diante disso, a sociedade deve aprender a ensinar, através de campanhas publicitárias lançadas pelo governo que incitem o planejamento familiar e o não desleixo para com os jovens. Essas propagandas devem ser veiculadas na mídia de fácil acesso e abrangência nacional. É imprescindível, inclusive, que as escolas interajam com os pais e fornecendo apoio às famílias que se mostram insuficientes na criação de seus herdeiros.