A violência escolar é algo mais antigo e recorrente do que se imagina. Nos dias atuais, essa problemática se tornou pungente, a medida que atos de agressão e de autoritarismo no âmbito escolar passaram a ser evidenciados pelos meios de comunicação. Todavia, há um paradoxo no que se espera de uma instituição de ensino e o que ela proporciona, uma vez que sua principal função, que é a transformação e desenvolvimento do ser social para a sua inserção na sociedade, não está sendo cumprida. No Brasil, a violência passou a fazer parte do currículo escolar, posto que foram registrados mais de um caso de agressão na escola por dia, no ano de 2015. Outro dado que ratifica a grave condição que os estudantes e os profissionais da educação vivenciam é o apresentado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), segundo o qual o Estado brasileiro ficou em primeiro lugar no ranking de países com maiores taxas de violência, seguidos pela Estônia e Austrália. Os motivos pelos quais país enfrenta condições tão hostis no âmbito escolar podem estar relacionados a fatores externos ou internos, tais como as questões relacionadas ao espaço social segundo o qual a escola está inserida, as relações sociais existentes entre os estudantes, funcionários e professores, a disciplina que é posta aos alunos, entre outros. De acordo com o especialista da educação, Bernard Charlot, pode-se tipificar os principais modos violência que são vislumbradas dentro desse ambiente, que podem ser: violência, caracterizada por agressões, atos de vandalismo; incivilidades, ou seja, falta de respeito, e, por último, violência simbólica, aquela representada pelo desprezo ao ensino. Em suma, entende-se que, conforme apresentado pelo pensador francês Michel Foucault, a instituição escolar tem um papel primordial na formação do agente social. Logo, para que uma sociedade tenha pleno desenvolvimento, deve-se atenuar a emblemática questão da violência escolar. Um dos meios de tentar solver esse imbróglio é a inserção de conteúdos interdisciplinares que abordem a importância de um ambiente de ensino harmônico para que os discentes e docentes se tornem mais conscientes. Outra eventual ação dirige-se aos pais e membros da comunidade, na qual a escola está inserida, a temática seria abordada por meio de palestras e cartilhas distribuídas pelo Ministério da Educação, com conteúdos explanando a importância de um ambiente consoante para a construção do indivíduo e para, o posterior, desenvolvimento da nação.