Na sociedade contemporânea, emerge o individualismo, a fluidez e a efemeridade das relações sociais, segundo o sociólogo Bauman. Dessa forma, diante da grande necessidade de doações de sangue, ainda notamos o pequeno número de doadores de sangue. De acordo com o ministério público menos de 2% da população doa sangue regulamente. Primeiramente, como nossa sociedade se encontra no ápice da globalização, fica-se subentendido que deveria haver um crescimento nos números de doações, já que varias campanhas são vistas na internet e ate mesmo televisão. Todavia, essas campanhas não são tão eficazes na quebra dos estigmas que cercam as doações de sangue. De acordo com a organizadora do HemoRio, as pessoas acham que dar sangue engorda ou que se doar uma vez terão de doar para sempre, contudo, passam de mitos. Outro entrave na doação de sangue são normas e proibições acerca da doação, homens homossexuais devem ficar pelo menos doze meses sem manter relações sexuais. Entretanto, ativistas LGBT, afirmam que a regra é discriminatória, países com Chile e México já a dispensaram. A herança cultura do Brasil também não é um fator que favoreça as doações, não tendo passado por catástrofes ou grandes guerras, a população não possui um sentimento grande quanto a doação de sangue. Por fim, constata-se que políticas públicas devem ser tomadas para garantirem o crescimento das doações e a qualidade do armazenamento deste. Ao Estado, fica incumbido o papel da criação de decretos que facilitem a doação de sangue, garantindo que o número de doadores aumentem. Ademais, no meio escolar, é fundamental que ocorra palestras e debates acerca da doação, mostrando para as crianças que uma leve picada futuramente salvará alguém. Já no âmbito social, fica a cargo da mídia a criação de campanhas, que incentivem a população, como o caso do Sport Clube Recife, que ofereceu desconto nos ingressos, para aqueles que fizeram doações de sangue recentes. Afinal, devemos promover a coragem onde há o medo, acordo onde existe conflito, e inspirar esperança onde há desespero, como foi dito por Mandela.