O processo de doação de sangue é fundamental para salvar a vida de milhões de seres humanos que sofrem enfermidades, como leucemia, diabetes e demais condições. Todavia, o contingente doador no Brasil está abaixo das expectativas. Tal situação, por sua vez, é oriunda da persistência de mitos sobre a doação de sangue e a ausência de uma campanha publicitária eficiente. Mitos urbanos e medos infundados povoam o imaginário do povo e afastam eles da doação de sangue no Brasil, resultando no fato de que menos de 03% da população, objetivo da Organização Mundial da Saúde(OMS) é doadora, de acordo com o jornal O Dia. Isso porque certas crendices populares e desinformações acerca do ato de doar sangue, como a possibilidade de contrair doenças transmissíveis, a exemplo da AIDS, o processo ser doloroso e não saberem como nem onde doar, são fatores que povoam a mente dos cidadãos e corroboram com o baixo número de doadores na nação, na medida que promovem a ignorância e o receio. Somado a isso, o filósofo Jurgen Habermas, em sua obra "Teoria da Ação Comunicativa", afirma que a comunicação é um fator decisivo na mudança da mentalidade de uma sociedade. Dentro desse contexto, pode-se dizer que a ausência de uma campanha publicitária de caráter permanente, a exemplo do Outubro Rosa e Novembro Azul, destinados à conscientização sobre o câncer de mama e próstata, respectivamente, e voltada para a desmistificação de certos preconceitos fomenta os baixos níveis de doação, haja vista que mantém o público alvo desinformado. Preconceitos e uma publicidade deficiente não podem continuar sendo empecilhos para o aumento das taxas de doações de sangue no país. Dessa forma, é necessário quebrar mitos e desinformações por meio da ação do Ministério da Saúde aliado aos meios de comunicação os quais devem criar uma campanha publicitária perene que fale sobre o processo de doação de sangue, seus benefícios e a desconstrução de inverdades que existem no universo popular afim de arregimentar doadores. Ademais, deve-se educar a população por intermédio dos ministérios da Educação e Saúde que devem implantar nos currículos escolares nacionais o ensino de conceitos básicos sobre a doação de sangue com vistas a vencer preconceitos e aumentar a quantidade de participantes dessa causa.