Após a Segunda Guerra Mundial, as transfusões sanguíneas tiveram início no Brasil. Desde então, o número de doadores e de receptores aumentaram. Contudo, apesar de o país apresentar muitos doadores, ainda não são suficientes para suprir a demanda nacional. Observa-se, assim, que a falta de informação somada a uma cultura individualista constitui os principais motivos que justificam a falta de sangue nos hemocentros. Ainda que se esteja no século XXI, existem muitos mitos a respeito do assunto. Isso pode ser justificado pela falta de informações e orientações sobre o procedimento. Em decorrência disso, têm-se pessoas com receio de se tornarem doadores, por medo de contrair algum tipo de doença. Ademais, a polêmica gerada na década de 90 sobre homossexuais serem proibidos de doar sangue, atrelado a um aumento do número de casos de AIDS fomentou o surgimento de pensamentos que não condizem com a realidade. Vale ressaltar que o sentimento individualista da sociedade moderna contribui para o cenário atual. Pois, segundo o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, as relações sociais são cada vez mais inconstantes, com laços temporários e baseados no individualismo. Assim, é ausente o espírito solidário e preocupado em ajudar o outro. Nesse aspecto, como nem todos possuem pessoas próximas necessitadas, a maioria não sente o desejo de fazer uma doação voluntária a um desconhecido. Torna-se evidente, portanto, a necessidade de referências corretas sobre o assunto, assim como um incentivo ao ato. Em razão disso, o Ministério da Saúde, em parceria com os canais midiáticos, deve oferecer à população informes com linguagem acessível, a fim de extinguir quaisquer dúvidas. Além do mais, é preciso que o Ministério da Educação insira nas escolas campanhas com objetivo de formar doadores, para que quando cheguem à idade permitida, possam ter uma ideia construída sobre a importância que o feito tem. Logo, o Brasil alcançará, de fato, a quantidade de transfusões que precisa.