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Redação sem título.

Tema de redação: Os empecilhos da doação de sangue no Brasil

Redação enviada em 27/08/2017

O ato de doar sangue, no Brasil, é assegurado por lei: o indivíduo pode requerer um atestado, permitindo , assim, que falte em suas atividades rotineiras, como trabalho e escola. Apesar dessa garantia, entretanto, o preconceito e a desinformação implicam em uma baixa taxa de doadores - somente 1,8% da população -, a qual faz contraponto aos 3% desejados pela Organização Mundial de Saúde, OMS. Em primeira instância, há a proibição da doação por homossexuais que tenham se relacionado sexualmente nos 12 meses anteriores. Essa medida foi criada nos anos 80, durante a epidemia de AIDS. Era justificada pelo conceito "grupo de risco", que atingia a homoafetividade por ser considerada - erroneamente - promíscua e, logo, mais propensa a contrair a doença. Todavia, essa atitude exclusiva foi superada pela OMS, que instituiu o termo "comportamento de risco", ou seja, não mais importa a orientação sexual, mas a decisão sobre a realização de um sexo protegido. No entanto, ainda que o mundo tenha evoluído, o governo brasileiro continua com a proposta inicial, que, além de discriminatória e obsoleta, resulta em menos 18 milhões de possíveis doadores. Outrossim, dentre as pessoas a quem é permitida a ação, 91% dos que preferem não participar o fazem por causa da falta de informação, seja quanto ao funcionamento, seja por desconhecerem os locais que realizam o procedimento. Dessa forma, fica claro o fracasso estatal na criação de uma cultura donativa. Segundo Sócrates, os erros, são consequências da ignorância humana. À vista disso, a construção desse hábito, então, não deveria ser abordada somente em campanhas televisivas, vide "Doe sangue. Salve vidas", mas desde o ingresso do cidadão no meio acadêmico. É necessário, destarte, que o Brasil torne-se mais inclusivo e consciente no que tange à política donativa. Para isso, o Poder Legislativo tem que erradicar a lei que marginaliza os gays, incluindo-os no processo. Ademais, o Ministério da Educação deve adicionar à grade de biologia um conteúdo voltado para a doação de sangue, mostrando sua demanda, seu funcionamento e os pré-requisitos para participar. Por fim, a fim de não só incluir a classe estudantil, mas também o restante da massa, é imprescindível que o Ministério da Saúde promova palestras, ministradas por especialistas, em empresas e universidades.