Segundo o Ministério da Saúde, aproximadamente 2% da população brasileira doa sangue. Dentro dessa porcentagem, podemos dividir os doadores em: doadores de reposição, que são aqueles que doam sangue para familiares em casos emergenciais, e voluntários, os que doam sangue sem intenção de ajudar uma pessoa específica, que ainda são poucos. Esse fato mostra que, infelizmente, o ato de doar sangue voluntariamente ainda não está na têmpera da sociedade brasileira. Em primeiro lugar, é importante ressaltar que, infelizmente, não são todas as pessoas que podem doar sangue. Há, sim, uma série de exigências a serem cumpridas para que a doação possa ser consumada, de modo que seja garantida a segurança do processo tanto para o doador, como o processo de triagem, quanto para o receptor, como o teste para doenças infecciosas. Entretanto, muitos são os mitos acerca da doação de sangue, reflexos das escassas campanhas para popularizar o ato, o que faz com que muitas pessoas tenham medo de doar. Contudo, algumas dessas exigências causam certas polêmicas, como no caso dos homossexuais, que têm certas restrições para doar sangue, como o período em que as relações homoafetivas foram consumadas. Aliás, esse fato voltou a entrar em discussão, em âmbito mundial, após o ataque a uma boate gay em Orlando, quando muitos homossexuais desejaram ajudar doando sangue aos feridos, mas foram impedidos. Segundo levantamento da Super Interessante, o país desperdiça potenciais 18 milhões de litros com essa restrição. Outrossim, a já citada falta de investimento na popularização do ato interfere diretamente na quantidade de doadores, dado que os países que apresentam o maior número de doadores são aqueles onde há forte investimento na conscientização da população, com esse trabalho sendo iniciado ainda na escola. Hodiernamente, são poucas as campanhas de conscientização, embora algumas venham trazendo resultados satisfatórios, como a organizada pelo Premiere Clubes, que vem mobilizando as redes sociais com a hashtag Doe Sangue, acompanhada do time do torcedor. Por fim, infere-se que são muitas as barreiras para a doação de sangue no Brasil. A fim de corrigi-las, paulatinamente, o Governo do Estado deve investir, por meio do Ministério da Educação, na conscientização da causa em aulas de cidadania, uma vez que entender o quão importante é o ato de doar sangue, potencialmente, formará um doador. Conjuntamente, o Ministério da Saúde deve reavaliar as exigências para a doação de sangue, de modo que somente as necessárias sejam mantidas.