Ao longo do processo de formação do estado brasileiro, significativas alterações nas doações de sangue foram observadas. Até a constituição de 1988, a doação era remunerada porém,após a sua proibição,o número de doadores caíram, por quê? Os motivos para essa queda podem ser de uma questão social até uma questão cultural.Na questão social, o homem apresenta-se como um ser que cultua o individualismo, ao contrário do que foi proposto por Sergio Buarque de Holanda em “ Raízes do Brasil” que caracteriza o homem cordial como aquele que precisa se expandir na coletividade,não suportando o peso da individualidade. Na questão cultural, está a sociedade brasileira que não tem o hábito de ressaltar a importância da doação de sangue por meio de campanhas educacionais em escolas e em canais abertos de televisão. Alem do mais, o desconhecimento por parte da população do processo e dos pré-requisitos para a doação levam à repulsa desse processo que salvaria a vida de muitas pessoas. Através da coercitividade, característica do fato social de Durkheim, poderia-se explicar a importância do trabalho que deveria ser feito pela escola e pela imprensa que exerceria força sobre os indivíduos,estimulando a doação ao mostrar o número de pessoas que necessitam de doação em algum processo cirúrgico ou acidente e os números de cada tipo de sangue disponíveis no Banco de Sangue do Brasil. De acordo com esse pensamento, a contribuição brasileira para a civilização será o homem cordial que vai se expandir na coletividade, minimizando o individualismo na sociedade.