Título da redação:

O ato de salvar vidas

Tema de redação: Os empecilhos da doação de sangue no Brasil

Redação enviada em 18/09/2017

No século XIX deu-se início aos experimentos do que no futuro salvaria muitas vidas. A princípio a transfusão de sangue foi realizada em animais, tendo obtido sucesso passaram a realizar em mulher que apresentavam hemorragias durante ou após o parto, no entanto ainda havia algum problema que impedia que em humanos a transfusão fosse efetiva. Apenas no século XX, com o descobrimento dos grupos sanguíneos e do fator Rh, foi possível obter sucesso no procedimento em pessoas. Hoje os hemoderivados salvam muitas pessoas portadoras de doenças crônicas, anemias e que tiveram perda de grandes volumes de sangue. Porém, esse recurso grandioso não é disponibilizado a todos, pois a gama de doadores é muito pequena, segundo a BBC, menos de 2% da população brasileira doa sangue regularmente. Essa falta de doadores se dá pela ausência de conscientização da população quanto o procedimento e sua importância. Segundo o escritor contemporâneo Claudio Martins: As pessoas têm medo daquilo que não compreendem. Por esse motivo a falta de divulgação sobre o processo influencia diretamente na baixa taxa de doação. As propagandas imploram pelo ato, mas esquecem de evidenciar como é essa doação, se dói, se machuca, se traz algum malefício ao doador. Pois, a ideia de ser furado por uma agulha e de retirar um volume de 9ml por quilograma do doador é realmente assustador, a explicação e informação sobre o processo pode diminuir esse primeiro impacto. Outra empecilho é a ignorância quanto a importância dos hemoderivados para um doente. Nos hospitais, em 70% dos casos, após um ente querido necessitar de uma doação a família procura informações sobre a doação de sangue, e 40%, após entender a importância dos hemocomponentes para aqueles que precisam, doam sangue ao menos uma vez. Logo, é de grande relevância o conhecimento do impacto benéfico que uma doação de sangue pode fazer na vida de uma pessoa que necessita. Portanto, é fundamental que o Ministério da Saúde amplie as campanhas sobre esse ato nobre, e que nessas incluam uma demonstração de como é o processo antes, durantes e depois da coleta, depoimentos de pessoas que doam regularmente, de pessoas que necessitaram da doação e de médicos que falem sobre a necessidade dos hemoderivados à pessoas hospitalizadas. Também pode auxiliar a distribuição de folhetos com todo o processo descrito passo a passo, com a localização dos postos de doação mais próximos. Além disso, as pessoas que já necessitaram de doação, seja para parentes ou para elas mesmas, devem mobilizar os grupos de pessoas com os quais mantém contato para que todos se conscientizem da grande relevância que tem o ato de doar sangue.