Título da redação:

Maratona da solidariedade

Tema de redação: Os empecilhos da doação de sangue no Brasil

Redação enviada em 01/09/2017

Uma das figuras mais importantes no mundo na área da saúde, é do Australiano James Harrison, que após precisar de transfusão de sangue durante uma complicação cirúrgica, passou a doar constantemente, e no seu sangue foi descoberto um antígeno capaz de causar a “cura” para crianças que sofriam de Eritroblastose fetal, salvando milhares de pessoas. Não dissonante do caso, a doação de sangue tem um papel “sine qua non” no auxilio com a saúde de outros indivíduos, porém um dos grandes percalços para a realização dessa atividade é oriundo da falta de informação que somado ao “descaso” da população, resulta em um déficit no número de doadores. O escrito estadunidense Clay Shirky relata em seu livro “A cultura da participação”, que uma sociedade só muda quando adotamos novos comportamentos. Analogamente, na atual conjuntura, é necessário um foco maior na questão da doação de sangue no Brasil, pois segundo a Organização Mundial de Saúde menos de 2% da população é doadora, evidenciando um panorama social formado por pessoas não comprometidas com a causa. Essa situação é fomentada, por ausência de campanhas, falta de instruções adequadas s e em muitos casos acessibilidade dos possíveis doadores aos postos de coletas. Soma-se, o fato de que aproximadamente 1% dos que doam atualmente, foram pessoas que em algum momento precisaram da doação, segundo um artigo publicado pela RSP (Revista de Saúde Publica). A escassez de doações voluntária, o não conhecimento sobre os postos de coletas e a não empatia da população com a necessidade alheia, levam a construção de uma sociedade que paulatinamente se torna cega, conforme escreveu José Saramago em seu livro “Ensaio sobre a cegueira”. Tais ação, despertam reações de políticas governamentais que tentam fornecer maiores suportes aos doadores, como instalações de novos postos, abrangência de campanhas de cunho apelativos em emissoras abertas de televisão, alteração da idade dos doadores para atingir um público maior, acarretando na constante existência de uma maratona da solidariedade. Logo é primordial, a continuação dessas políticas e dessas campanhas com instruções corretas, que unidas ao suporte do Governo municipal e estadual, possam estabelecer a prossecução e extensão dos hemocentros e postos de coletas. Adiciona-se a isso, a existência de uma educação politizadora, que é o ponto nevrálgico desse processo, formado por docente e discente comprometidos em garantir o bem estar da sociedade como um todo e não apenas no campo acadêmico. Também é fundamental, a atuação de ONGs como APAE (Associação de Pais e Alunos Excepcionais), juntamente com a família realizem projetos que contribuam para a conscientização das pessoas sobre a necessidade de doação de sangue e entendam que uma sociedade só se auto-organiza e se autodetermina se cada cidadão influir nesse processo, pois como dizia Saramago “se podes olhar, vê; se podes ver, repara”.