Título da redação:

Impasse maquiavélico

Proposta: Os empecilhos da doação de sangue no Brasil

Redação enviada em 15/09/2017

Thomas More, em sua obra "Utopia", enfatiza a idealização de uma sociedade harmônica e perfeita. No Brasil contemporâneo, problemáticas sociais, como a doação de sangue, tornam-se um estorvo à efetivação dessa realidade. Nesse sentido, tal questão possui raízes diversas, e afetam uma notória fração da sociedade. É mister destacar que uma pequena parcela da população brasileira doa sangue. Estudos divulgados pela OMS demonstram que a taxa de população doadora no Brasil está longe da meta estabelecida pelo próprio órgão. Esse quadro é fruto, sobretudo, da ignorância inerente à maioria dos brasileiros, no que tange a essa temática. Como já dizia o filósofo Voltaire, educar mal um homem incide em perdas à sociedade. Assim, muitos acreditam que a doação de sangue afetará a qualidade sanguínea do doador, além de transmitir doenças a esse. Contudo, há uma série de requisitos exigidos à prática da doação, a fim de garantir segurança ao doador. Além disso, a falta de consciência sobre a importância desse ato reduz o número de doações no país, em virtude do pensamento maquiavélico, de que o homem é movido a interesses particulares, negligenciando a alteridade. Vê-se, portanto, o papel da sociedade em potencializar tal problemática no Brasil. Ademais, o Estado possui papel "sine qua non" em fomentar a doação sanguínea à população brasileira. A priori, é evidente que, em vista do desconhecimento de muitos sobre como e onde doar, campanhas informativas ascenderiam a visibilidade desse tema. Outrossim, a pequena quantidade de hemocentros no país corrobora em desestimular a doação, devido às dificuldades no deslocamento e acesso a esses. Logo, ações governamentais são imprescindíveis à mitigação da temática em pauta. Dessarte, a precariedade do sistema de doações sanguíneas deve ser atenuada no Brasil. Para isso, cabe à esfera federal do poder promover campanhas que estimulem e conscientizem a população sobre a relevância dessa prática, além de distribuir mais hemocentros no território nacional, de modo a facilitar o acesso. Por fim, é preciso que as escolas elaborem projetos que envolvam discussões sobre o tema, para que os alunos - futuros formadores da sociedade- sejam conscientes e críticos quanto à doação sanguínea. Somente sob tal perspectiva a sociedade idealizada por Thomas More far-se-á possível no Brasil.