Título da redação:

Exercício da solidariedade

Tema de redação: Os empecilhos da doação de sangue no Brasil

Redação enviada em 02/09/2018

Segundo a primeira Lei de Newton, um corpo tende a manter o seu estado a não ser que uma força externa suficiente aja sobre ele, mudando a sua condição. Da mesma forma, a inércia da sociedade brasileira no voluntariado à doação de sangue se mantém devido à falta informação e à persistência de regras de exclusão de indivíduos, o que se torna empecilhos para o aumento no número de doadores. Em primeira análise, cumpre salientar que o brasileiro é um povo solidário, como pode ser visto com o acidente em Mariana, onde milhares de doações em dinheiro e alimento foram enviados às famílias da região. Logo, percebe-se que, da mesma forma, o potencial de doações de sangue poderá ser alto. Todavia, a falta de informação se torna um empecilho a esse potencial. Afinal, diversos mitos e crenças como perda de peso, contágio de doenças infecciosas, entre outros, estão espalhados pela sociedade. Dessa forma, a dificuldade no voluntariado da população, que acredita veemente em tais falácias, aumenta e a inércia das doações se mantém. Também convém lembrar que, segundo o escritor Franz Kafka, a solidariedade é o sentimento que melhor representa a dignidade humana. Entretanto, muitos são excluídos e proibidos de exercer essa solidariedade. Homens que mantêm relações homossexuais são impedidos de realizar doações de sangue, caso tenham realizado sexo no últimos 12 meses. Isso se deve ao surto de HIV que acometeu essa parcela da população na década de 80. Contudo, o avanço da medicina demonstrou que tal doença não é exclusiva de tais, embora ainda sejam chamados de "grupo de risco". Além disso, antes da efetiva doação, diversos exames são feitos, dentre eles, para o HIV. Desse modo, são reduzidas ainda mais as chances de contágio e a necessidade de exclusão do exercício da solidariedade apenas pela orientação sexual. Depreende-se, portanto, que, a fim de combater os empecilhos da doação de sangue no Brasil, o Governo Federal, em união a mídia, deve investir em campanhas e na educação da população sobre os mitos, as verdades e a importância da doação de sangue, por meio de palestras em escolas, propagandas televisivas e cartilhas informacionais. Ademais, a OMC deve trabalhar em mudanças nas regras para a doação, por meio de reuniões e comícios que discutam tais, além da revisão da exclusão de grupos, como dos homossexuais, com o objetivo de aumentar o número de doadores e selecionar mediante a saúde e não a opção sexual. Somente assim, o estado da doação de sangue no país poderá ser mudado e a solidariedade do povo brasileiro ser exercida em todo o seu potencial.