Título da redação:

Doe vida

Proposta: Os empecilhos da doação de sangue no Brasil

Redação enviada em 12/04/2018

"Sangue de barata", "sangue frio", "sangue azul", "sangue bom", e por aí vai. Estas e outras expressões demonstram o quanto o termo sangue faz parte do vocabulário cotidiano do brasileiro. Entretanto, muito diferente do linguajar, quando o assunto é doação de sangue, a maioria da população se mostra indiferente. Seja pela falta de conscientização em doar ou até mesmo pelo estigma da deficiência estrutural da saúde. Primeiramente, muitos são os fatores que podem estar associados a falta de conscientização da população, todavia isso nunca poderá justificar a falta de empatia com o próximo. Diferente de outros países, o Brasil não possui uma herança cultural que propicie o ato de doar sangue. A exemplo disso, temos os países da Europa, que por serem palco de de diversas guerras, naturalmente no decorrer da história desenvolveram campanhas conscientizadoras da importância da doação de sangue para aqueles que sofriam na guerra. Além disso, a falta de conhecimento das diversas utilidades do sangue é outro ponto que contribui para a baixa adesão ao sistema de doação. Boa parte das propagandas veiculadas fazem alusão apenas a acidentes automobilísticos, não demonstrando para a população que o sangue é um elemento essencial na rotina dos procedimentos de saúde, como cirurgias cardíacas, de próteses dentre outras. Outro ponto, não menos importante, é a deficiência estrutural encontrada no sistema de hemoderivados do país. A OMS afirma que em todo o mundo são obtidas mais de 81 milhões de unidades de sangue por ano, mas apenas 27 milhões delas provem de países de média e baixa renda, como o Brasil. Isso reflete a insuficiência de postos de coleta, principalmente em regiões carentes, dificultando a locomoção do doador até o centro de coleta. No intuito de minimizar a baixa conscientização da população para a doação de sangue. O Ministério da Saúde, com recursos provenientes do fundo nacional de saúde, deverá subsidiar propagandas em emissoras nacionais, em horário obrigatório, mostrando relatos de pessoas doadoras e pessoas que foram curadas por receber sangue, criando assim uma cultura de doação. Já para a falta de postos de coleta, os municípios mais carentes utilizando recursos estaduais e federais, podem viabilizar a compra de uma unidade móvel de coleta, agendando com os doadores os dias e os horários que realizarão a coleta no município, evitando assim que o doador percorra longas distâncias para exercer esse ato de vida.