A caridade,como disse o escritor português Camilo Castelo Branco,é a verdadeira lei do progresso moral.Contudo,quando o assunto é doação de sangue,muitos esquecem disso,visto que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS),apenas 1,8% da população brasileira pratica essa ação solidária. Nesse contexto,é possível dizer que os principais fatores causadores desse problema são não apenas a falta de apoio estatal,como também restrições existentes. Em primeiro lugar,como em qualquer problema,é necessário que o governo instrua a sociedade,a fim de que esta seja incentivada a agir da maneira correta.Contudo,essa não é a realidade,visto que as campanhas de conscientização existentes são poucas e ineficazes.Com isso,muitas pessoas acabam por desconhecer a importância de doar sangue e como ocorre esse processo.Outrossim,essa falta de conhecimento leva-as a acreditar em mitos,tais como que o doador corre o risco de engordar,ficar sem sangue ou de contrair alguma doença durante a coleta e que idosos não podem doar,boatos estes que desestimulam totalmente a população. Em segundo lugar,o artigo 64 da portaria Nº 158-2016 do Ministério da Saúde proíbe a doação de sangue por homens homossexuais caso tenham mantido relações sexuais nos últimos 12 meses,já que fazem parte de um “grupo de risco”,em razão da epidemia do vírus HIV ocorrida nos anos 80. Contudo, essa atitude não foi correta,pois atualmente já foi constatado que,ao falar de DSTs,não existe um grupo,mas sim um comportamento de risco,que pode ser desenvolvido tanto por homens como mulheres e que não depende de orientação sexual ou identidade de gênero.E só com esse preconceito,18 milhões de litros de sangue são desperdiçados por ano, segundo dados do site Super Interessante da revista Veja. Em virtude do conteúdo apresentado,observa-se que a doação de sangue,mesmo sendo um ato importante,ainda possui poucos colaboradores.Para que isso mude,faz-se necessário que o Ministério da Saúde,em parceria com as escolas e a mídia,crie campanhas eficazes,com o intuito de explicar a importância dessa ação solidária e esclarecer quanto as dúvidas e mitos criados,deixando a população ciente do assunto e incentivando-a e que,junto do Poder Legislativo,repense nas leis para que,ao invés de excluir os homossexuais da doação,invista em recursos tecnológicos avançados,mais capazes de detectar alguma doença e a qualidade do sangue do doador.Quanto à sociedade,esta deve refletir sobre as campanhas propostas e se voluntariar, estimulando também outras à sua volta e,assim, salvar vidas.