Título da redação:

Doando uma vida

Tema de redação: Os empecilhos da doação de sangue no Brasil

Redação enviada em 23/09/2017

O período oligárquico brasileiro ficou marcado por várias revoltas sociais, em especial a Revolta da Vacina, na qual a população carioca manifestou-se contra a obrigatoriedade da vacinação anti-varíola, uma vez que ela não tinha consciência de sua importância, já que o governo não havia disseminado esta ideia. Hodiernamente, o Brasil apresenta um dilema parecido, no qual devido a falta de informação sobre a importância de doar sangue, grande parte da população acaba não promovendo este ato de solidariedade. Primeiramente, o Ministério da Saúde brasileiro fornece dados de que 1,8% dos cidadãos são doadores de sangue, o que está longe do ideal, pois a meta estabelecida pela OMS (Organização Mundial de Saúde) é de 3%. Ainda segundo ela, determina-se que dessas doações, todas deveriam ser voluntárias, enquanto o Brasil apresenta apenas 61,25% inseridas neste parâmetro, ao passo que o restante são doações de reposição -quando a doação é feita devido alguma familiaridade com o paciente. Também, com apenas uma doação voluntária quatro outras vidas podem ser salvas, de acordo com dados da Secretaria de Saúde de São Paulo, porém, como foi visto, doações voluntárias representam a menor parcela dos procedimentos efetuados. Ademais, mitos a respeito da doação estão enraizados na população, como o de que voluntários tornam-se anêmicos após a doação, este por sua vez inibe potenciais doadores devido à falta de informação confiável que eles adquirem. Além de que a cultura do brasileiro, em sua essência, não apresenta intrínseca a importância de doar sangue, sendo esta vista apenas em momentos de necessidade, como é o caso das doações repositivas. Entretanto, de acordo com Yêda Maia de Albuquerque, presidente do Hemope (Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco), o sangue de reposição apresenta qualidade inferior ao sangue voluntário, pois esse é uma doação de urgência, e caso não atinja qualidade esperada deve ser descartado, diminuindo o volume final obtido. É notório, portanto, que mudanças são necessárias. De início, é necessário que começássemos a implantar a ideia da importância da doação de sangue em crianças e jovens, dessa forma novas gerações serão mais conscientes, isso se dará por meio de palestras em escolas realizadas pelo Ministério da Educação, que visem orientar sobre o procedimento e sua importância. Também pode-se fazer uso de recursos midiáticos, nos quais propagandas orientadoras seriam transmitidas em momentos de grande audiência, sendo que eles serão regulados pela SECOM (Secretaria Especial de Comunicação Social). Por meio dessas poderíamos beneficiar vários cidadãos em momentos de necessidade, e não apenas aqueles relacionados a nós.