Desde a revolta da Vacina em meados do século XX no Rio de Janeiro o país vem enfrentando uma série de problemas de saúde relacionados com a mobilização social. Dentre esses problemas encontra-se a baixa participação popular na doação de sangue, o que inviabiliza o tratamento de doenças e aponta como principal problema a gestão de políticas públicas. A falta de informação é o alicerce desse problema. Segundo um estudo realizado pelo IBGE em 2015 cerca de 38% da população não sabe como funciona o processo de doação de sangue e mais de um quarto dela tem medo de fazê-lo. A má gestão dos hospitais agrava esse problema, pois a maioria dos centros de saúde possuem instalações precárias e muitas vezes não estão preparados para realizar esse procedimento de forma a confortar o doador. A questão cultural apresenta um impacto significativo nas doações. De acordo com o mesmo estudo do IBGE mais de um terço da população não se interessa em contribuir. Leandro Karnal, intelectual brasileiro, diz que a individualidade e a exarcebação do indivíduo estão fortemente intrínsecos na nossa sociedade e tais valores corroboram com as dificuldades de gerir políticas de saúde. A falta de informação somados com o individualismo geram os resultados apontados. Portanto, é necessário que a mídia e o Ministério da Cultura se esforcem para gerar debates e discussões sobre o tema em teatros, programas de TV e workshops em escolas. O Ministério da Saúde deve melhorar a gestão hospitalar gerando um ambiente calmo e seguro para as doações e principalmente informar à população sobre o mesmo através campanhas comunitárias e eventos educacionais.