Título da redação:

Ato de solidariedade

Tema de redação: Os empecilhos da doação de sangue no Brasil

Redação enviada em 06/09/2017

Os problemas enfrentados pela doação de sangue, no Brasil, vão desde falta de conscientização da sociedade acerca dos benefícios acarretados pela ação, até a carência de infraestrutura adequada em torno da atividade. Tais situações corroboram para o percentual de doadores apresentado pelo país, ou seja, não doamos pouco, porém poderíamos doar mais. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), apenas 1,8% da população brasileira entre 16 e 69 anos é doadora, taxa considerável, todavia, distante do alvo estabelecido pelo mesmo órgão, que considera uma porcentagem ideal de 3% a 5% dos cidadãos. A manutenção dessa situação é impulsionada pela falta de consciência das pessoas, as quais não se prontificam por acreditarem que como nunca precisaram, não precisam doar também. Essa atitude revela, do mesmo modo, uma forte herança cultural presente, visto que, indistintamente de outros países como o Japão ou os Estados Unidos, o Brasil não participou de grandes guerras ou enfrentou catástrofes naturais colossais, fatos que contribuíram para a criação de sociedades mais compreensivas em relação a importância da doação de sangue. Junto desses entraves, há os estigmas em torno do ato, isto é, o povo acredita, por exemplo, que se doar uma vez, é preciso doar sempre, ou, até mesmo, que a prática engorda. Todo esse misticismo constrói barreiras que impedem o aumento do número de doadores. Há ainda uma influente dificuldade: a existência de apenas 27 hemocentro e 500 serviços de coleta de sangue por todo o país. Tal número é ínfimo diante da extensão territorial brasileira, além de descartamos possíveis doadores em virtude da ausência de um hemocentro próximo a eles. Haja vista essa conjuntura, o Governo Federal com o Ministério da Educação pode adotar medidas que promovam a introdução do assunto nas escolas, como debates e companhas que ressaltem a importância da prática, assim, já formaremos doadores desde pequenos. Além disso, o Governo Federal, em parceria com as esferas estaduais, pode construir mais hemocentros e estabelecer um maior número de pontos móveis de doação nas cidades, em determinados fins de semana, principalmente nas épocas em que as mesmas práticas diminuem, dessa forma, os atos de solidariedade não só aumentarão, como se manterão constantes nas temporadas críticas do ano.