Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Os efeitos do fim das saídas temporárias de presos brasileiros

Redação enviada em 21/06/2018

Sociólogo francês, Pierre Bordieu intitula como Habitus Secundário o processo de socialização dos indivíduos com os outros integrantes da sociedade. Dessa forma, os encarcerados brasileiros têm direito às saídas temporárias da prisão. No entanto, discute-se, no Senado, o fim desse direito, o que pode gerar alguns efeitos com o término dessa prerrogativa tais como rebeliões e suicídio por parte dos penitenciários. Primeiramente, vale salientar que as saídas temporárias (também conhecidas como saidões) são momentos em que os presos saem do sistema punitivo para reintegrar-se com a sociedade em datas específicas, geralmente nos dia das mães, por determinado tempo. Além disso, uma vez que esteja fora das celas, o encarcerado vê-se na oportunidade de não retornar à penitenciária no tempo determinado pela Justiça, tentando reintegrar-se socialmente. Contudo, com dificuldade de ser aceito no tecido social, o penitenciário, agora como fugitivo, reincide novamente no crime sendo considerado por muitas pessoas a causa do medo e parte da violência da sociedade. Em decorrência disso, muito se discute sobre o fim das saídas temporárias. Como diz o ditado popular, “quando um erra, todos pagam o pato”, ou seja, quando um presidiário não retorna da saída temporária, os demais são prejudicados, haja vista que está em pauta, no Senado, o fim daquelas. A ausência dos “saidões” gera, em longo prazo, a falta de socialização no indivíduo preso, progredindo para uma possível depressão, já que aquele está sem o contato afetivo com a família, vendo o suicídio como possível fuga ao cenário no qual vive. Por conseguinte, outro efeito que pode ser causado pelo fim da garantia dada aos apenados são as rebeliões dentro da casa carcerária, podendo gerar tanto risco de vida aos próprios revoltosos, como também danificar as estruturas da penitenciária. Dessa maneira, é preciso encontrar uma forma para a socialização dos presos e garantir que os “saidões” não sejam motivos de retorno ao crime. Dessa forma, o Poder Legislativo, em parceria com o Ministério da Justiça, deve aprofundar os estudos sobre os efeitos causados nos presos brasileiros como fim das saídas temporárias, criar leis que beneficiem os encarcerados com bom comportamento e fazer um trabalho de socialização mais elaborado com aqueles que cometeram crime hediondo, por meio de análises criminais de cada encadeado e palestras com psicólogos e assistentes sociais, a fim de amenizar os possíveis efeitos gerados pelo fim das saídas temporárias dos presos e garantir o Habitus Secundário.