As prisões surgiram na Grécia Antiga, o objetivo delas era promover o arrependimento dos infratores e ao mesmo tempo proteger a sociedade da ameaça deles. Nesse contexto, o fim das saídas temporárias representa um progresso na contemplação desses objetivos. Nesse sentido, o entendimento disso pressupõe uma análise filosófica e educacional. Em primeiro plano, de acordo com o filósofo Rousseau, o homem em sua essência é bom, o meio social que o corrompe. Posto isso, o malfeitor deve se distanciar desse meio social por tempo suficiente, até que haja um arrependimento total, pois, do contrário, o indivíduo volta a praticar os atos ilícitos de antes. Exemplo disso foi o caso do homem que estuprou uma garota, e quando foi temporariamente solto a assassinou. Pois, não esteve na prisão por tempo suficiente para uma mudança de atitude. Além disso, de acordo com um editorial publicado pelo jornal Gazeta do Povo, vícios, hábitos e formas de pensar possuem a mesma base psicológica, os gatilhos, em que esses devem ser combatidos de forma lenta e gradual, até que o hábito seja substituído. Diante disso, a reinserção dos presidiários à sociedade deve ocorrer não com as saídas temporárias, mas por meio do esporte e da educação, que substituirão os gatilhos que os faziam praticar atos ilícitos, por outros que lhes darão um papel benéfico na sociedade. Portanto, é relevante que o Poder Legislativo legitime o fim das saídas temporárias para todos os tipos de penas. Para compensar isso, é importante que o Ministério da Educação invista na criação de escolas e centros esportivos dentro dos presídios, para que os seus moradores aprendam valores como união, solidariedade e ética. Assim, quando cumprirem as penas, ingressarão na sociedade com uma nova mentalidade, exercendo um papel benéfico sobre ela.