Desde o início do século XVI, com a chegada oficial da colonização portuguesa ao Brasil, cultiva-se a ideia de que nossos recursos naturais são infinitos. Porém, na contemporaneidade, a má gestão hídrica prejudica a produção energética no Brasil, o que afeta a sociedade em vários aspectos: políticos, econômicos e, principalmente, sociais. O crescimento populacional aliado ao uso irracional da água é o principal responsável pela crise hídrica brasileira, tendo em vista que constantemente utiliza-se água nas atividades diárias. Contudo, a energia no Brasil é gerada principalmente pela gestão hídrica, visto que, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), o Brasil é o país com maior potencial hidrelétrico do mundo, e essa fonte renovável de energia corresponde a 90% da energia elétrica produzida no país. Logo, a água torna-se essencial para que a produção de energia ocorra, e sua falta tem consequências diretas no rendimento de energia, o que afeta toda a população, tanto no setor primário quanto no setor secundário. Além disso, nota-se, ainda que a falta de investimento governamental em outras fontes alternativas de energia renovável também é responsável pelo descaso na matriz energética. Segundo a revista Exame, o Brasil está em nono lugar entre os dez melhores países para energias renováveis, o que indica que o potencial elétrico seria aprimorado se outras fontes de energia, além das hidrelétricas, fossem utilizadas efetivamente. Somado a isso, o aumento na conta de luz também pode ser relacionado a diminuição da produção de eletricidade, o que causa grande impacto na economia brasileira. Dessa forma, compreende-se que a energia hidrelétrica não pode ser considerada a única alternativa para a solução da crise energética. Sendo assim, o Governo Federal, em consonância com o Ministério de Minas e Energia, deve realizar uma série de investimentos em infraestruturas de fontes renováveis, como a eólica, a geotérmica, a hídrica e a maremotriz. Ademais, também deve oferecer isenção tributária para incentivar o uso da energia solar. A população, por sua vez, pode contribuir instalando painéis de captação de energia solar em suas casas e empresas, além de fazer o uso racional da água. Desse modo, tanto o âmbito público quanto o privado, estarão contribuindo com o crescente uso de energia renovável, contribuindo assim para a redução da crise hídrica e energética brasileira.