O Brasil destaca-se como um dos países que possui o maior potencial hídrico do mundo e, em decorrência disso, desempenha importante papel na geração de eletricidade por meio das águas dos vastos rios brasileiros. Cerca de 80% da energia elétrica gerada no país advém das hidroelétricas. No entanto, observa-se o enraizamento de problemas acerca da má gestão hídrica no setor energético. Em primeiro lugar, é crucial ressaltar os gastos excessivos de água e a falta de uma iniciativa eficaz para conter esse problema. Segundo a Agência Nacional de Águas, o aumento do consumo de água da natureza triplicou nos últimos cinquenta anos, assim como estima-se que quase metade da população mundial se encontrará em alto estresse hídrico por volta de 2030. Nesse contexto, pode-se inferir que, sendo o Brasil um dos maiores detentores da água doce disponível do planeta, torna-se essencial a melhoria de políticas de racionalização hídrica, as quais ainda são brandas. Ademais, a imprevisibilidade da reposição dos reservatórios por meio das chuvas é um fator que corrobora com a crise do setor energético brasileiro. Há alguns anos, várias regiões do Brasil passaram por uma intensa estiagem e decresceu o nível médio para menos de 20%. Como consequência, houve um dos maiores apagões já registrados no país, o qual atingiu cerca de 10 estados. Logo, é fato que há uma incerteza quanto ao reabastecimento hídrico. Contudo, percebe-se que a falta de uma diversificação da matriz energética brasileira contribui com a sua recorrência. Fica evidente, portanto, a existência de questões acerca da gestão da água no setor da energia brasileiro e a necessidade de medidas para contorná-las. O Ministério de Minas e Energia deve criar projetos viáveis e eficazes de racionalização hídrica, os quais devem manter um consumo necessário à população, além de tornar constante o nível dos reservatórios por meio de desvios de rios maiores, assim como uma captação efetiva da água das chuvas para, assim, evitar problemas à população em geral. Outrossim, o Governo Federal deve investir maciçamente em energias renováveis, como a eólica, e desenvolver parques em todos os estados com o intuito de diminuir a dependência das hidroelétricas. Dessa forma, tornar-se-á possível extinguir problemas e evitá-los posteriormente.