Título da redação:

Corrigindo nossas falhas.

Proposta: Os efeitos da má gestão hídrica no setor energético brasileiro

Redação enviada em 06/09/2017

"A Terra é azul." A frase eternizada pelo cosmonauta russo Iuri Gagarin demonstrou o quanto o nosso planeta é coberto majoritariamente por água. Contudo, embora esse recurso seja fonte de vida e, ao mesmo tempo, tão abundante na natureza, ele encontra-se, hoje, cada vez mais limitado para consumo individual ou coletivo. Nesse sentido, tratando-se do âmbito social brasileiro, os efeitos da má gestão hídrica são personificados na escassez de água, com o exemplo notório da seca, bem como no espectro que aflige o setor energético do país. É importante pontuar, de início, que a escassez de água é um fenômeno - apesar de natural - intensificado pelo homem. Com efeito, essa conjuntura é evidenciada em dados da Agência Nacional de Águas (ANA) os quais mostram que cerca de 3 vezes foi o aumento da retirada de água da natureza nos últimos 50 anos. Nesse contexto, o crescimento vultuoso de áreas urbanas acarretando em ilhas de calor, o desmatamento de áreas verdes que afeta o ciclo da água, bem como no próprio desperdício e falta de consciência, são atos antrópicos que relacionam-se com a escassez de água e, consequentemente, com a seca, sobretudo no Nordeste, realidade esta sendo contexto atroz da obra Vidas Secas, de Graciliano Ramos, autor do Modernismo na literatura nacional. É fundamental designar, ainda, que, não obstante a escassez de água seja um dos efeitos da má gestão hídrica, ela também traz impactos nefastos para o setor energético brasileiro. De fato, o Sistema Cantareira, localizado na metrópole paulistana, talvez seja um dos grandes exemplos desse ínterim, uma vez que tal sistema apresentou, a partir de 2013, níveis de água irrisórios por conta da seca. Como resultado, a limitação do consumo de água assolou o cotidiano da população, com esta submetida ao racionamento do recurso hídrico. Dessa forma, percebe-se a dependência, ainda, da água para produção de energia, acompanhada pela fraca estrutura de projetos que almejem a fontes de energias alternativas. Por conseguinte, é necessário que o Ministério do Meio Ambiente atue iminentemente nessa problemática por meio de políticas públicas que visem à fiscalização mais eficiente das áreas verdes, objetivando ao não desmatamento dessas áreas, não afetando, dessa maneira, no ciclo da água. Outrossim, é imprescindível que a sociedade elimine a falácia da infinitude da água, realizando ações relacionadas ao não desperdício desse líquido. Do mesmo modo, o Governo Federal dê primazia, também, para outras fontes de energia, como a eólica, investindo em projetos e pesquisas ligadas a essa temática, não dependendo, portanto, somente do recurso hídrico. Assim, talvez com essas medidas iniciais poderemos usufruir com mais responsabilidade e consciência de um recurso tão inerente à vida e garantido-lo para gerações futuras, pois como afirmava Confúcio, filósofo chinês, não corrigir nossas falhas é o mesmo que cometer novos erros.