“Terra, planeta água”. A música de Guilherme Arantes evidência a abundância hídrica do mundo. Todavia, a água doce e potável é uma parte mínima desta riqueza. Além disso, a ação de outros fatores naturais aliados às atividades antropológicas tem levado a escassez desse recurso em algumas regiões do Brasil. Dessa forma, faz-se necessária a criação de medidas capazes de transformar as práticas governamentais e habituais da população brasileira a fim de amenizar as consequências desse mal. A água doce e potável corresponde à 3% das águas presentes no globo terrestre, sendo que desta 2% encontra-se em regiões polares ou subterrâneas, de difícil aproveitamento, e apenas 1% está nos rios, lagos e pântanos. Ademais, essa última porcentagem não está bem distribuída pelo planeta. E, no Brasil, por exemplo, é justamente onde existem as menores reservas que reside a maior parcela da população e acontece grande parte das atividades econômicas. Desse modo, os sistemas de abastecimento, já sobrecarregados, tornam-se vulneráveis a qualquer seca que ocorra. Assim, essa foi a situação evidenciada, em 2015, pelo Sistema Cantareira. O baixo índice pluviométrico junto à exploração sobrecarregada das represas e aos maus hábitos de desperdício cometidos pela população e pelas próprias distribuidoras de água, levaram à queda do nível das barragens que compõem o complexo. Dessa maneira, grande parte da população da cidade de São Paulo e arredores foi submetida a um racionamento de recurso. Posto isto, a escassez hídrica comprometeu, também, a economia da região paulista. As atividades pecuárias, agrícolas, energéticas e industriais requerem uma grande quantidade de água para o funcionamento de seus processos produtivos. Sendo assim, uma vez que esse recurso passou a se encontrar em falta, houve uma alta dos preços e uma ameaça de crise nesses setores. Logo, observa-se que para a preservação desse recurso inestimável à vida humana, medidas devem ser tomadas. As escolas devem realizar atividades socioeducativas, como palestras e festivais com seus alunos que os mostrem a importância da água para a sobrevivência do ser humano e como eles podem praticar o consumo responsável. Para mais, é imprescindível que o governo invista em espaços de coleta da água da chuva e que todas as indústrias adéquam o reaproveitamento hídrico em seus processos. Desse jeito, o Brasil poderá fazer a sua contribuição para que a Terra continue sendo o “planeta água” descrito por Guilherme Arantes