Terra amarelada, céu avermelhado, pássaros voando e fugindo, esse cenário descrito no livro Vidas Secas de Graciliano Ramos, além de representar a estiagem, também traz a tona uma realidade atual do Brasil. Sendo assim, se não há chuva, não haverá água suficiente para produzir energia elétrica. Por isso, é essencial discutir os efeitos da má administração hídrica e a crise energética existente no país. Em primeira análise, cabe destacar que a matriz hidrelétrica pelo fato de ser barata e possuir alta eficiência na transformação da energia gravitacional e cinética em elétrica, fez com que os governantes do Brasil investissem grandes quantias nela. Aliás, de acordo com uma matéria publicada pela revista O Economista, cerca de 80% da eletricidade que é gerada no país provém desse sistema, maior parte desse número esta concentrada na região Norte e Nordeste. Além disso, a ANEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) não pode aumentar a quantidade de água represada, pois, ela também é utilizada para o consumo humano, agricultura e indústrias. Em suma, consoante com os dados fornecidos pelo Jornal Folha de São Paulo, no ano de 2015, esses fatos fizeram com que a crise energética se agravasse e as frequências de apagões aumentaram por todo o país durante esse período. Nesse contexto, segundo o filósofo francês Sartre, o homem é o único e responsável pelos seus atos. Logo, os seres humanos não precisam esperar a natureza para amenizar essa situação. Por isso, é fundamental que a curto-prazo, escolas e empresas incentivem a redução do consumo de energia elétrica e água, seja por cartilhas educacionais ou descontos no pagamento das tarifas. Ademais, a longo prazo é essencial que as Secretárias de Energia e Ciência invistam em energias alternativas como a eólica, maremotriz e solar e deixem a água somente para o consumo humano. Se todas essas medidas forem feitas, a crise energética deixará de existir.