Título da redação:

Redação sem título.

Proposta: Os efeitos da erotização infantil no Brasil

Redação enviada em 13/06/2018

Em 2013, uma propaganda da marca Couro Fino, que mostrava uma criança de três anos vestida em trajes íntimos e em uma pose sensual, chamou a atenção dos internautas. Apesar de ser recorrente na infância, a imitação do mundo adulto gera grande preocupação entre especialistas, pois priva os pequenos de viverem tal fase em sua plenitude. Nesse contexto, a adultização tornou-se relevante, e o debate acerca dela, inevitável. Segundo Thomas Hobbes, ao nascer, a mente humana é uma “tábula rasa” e, com o tempo, pela experiência, adquire conhecimentos. Para uma criança, tudo que existe no mundo é novo e o processo de familiarização precisa ser bem assistido para ser o mais natural possível. Contudo, o crescente acesso a tecnologias, redes sociais e conteúdos adultos pode gerar interpretações equivocadas e gatilhos traumáticos, o que é extremamente maléfico. Dessa maneira, etapas do desenvolvimento cognitivo infantil são antecipadas, comprometendo vivências típicas da infância, como a inocência inerente a essa fase. Nesse cenário, o papel dos adultos é de extrema relevância, pois são eles que conduzem os menores ao conhecimento daquilo que os cerca. De acordo com a psicanalista da Unifesp Vera Zimmermann, é fundamental que aqueles sejam reeducados em concordância com o universo da criança para evitar distorções associadas ao desconhecido. Nesse cenário, uma campanha lançada no estado do Amazonas teve um bom impacto em relação à temática. Denominada “Criança não namora”, a iniciativa acendeu um debate, pois notou-se que pais e professores não sabem como agir diante da sexualização antecipada. Nesse sentido, comprova-se a necessidade de elucidar a temática para evitar transtornos futuros. Em suma, a erotização infantil é recorrente na modernidade e seu combate é dever dos adultos. Dessa forma, cabe ao Ministério da Saúde, por meio de campanhas televisivas, anúncios virtuais e palestras gratuitas direcionadas aos pais, alertar a respeito dos efeitos lesivos da exposição das crianças a eventos dissociados de seu universo. Com essa iniciativa, o esclarecimento tornar-se-á ferramenta primordial no combate a um problema que pode ter consequências psicológicas no público infantil.