Título da redação:

Redação sem título.

Proposta: Os efeitos da erotização infantil no Brasil

Redação enviada em 09/06/2018

Em 2015, a cantora mirim MC Melody, com apenas 9 anos de idade, ganhou notoriedade nacional e gerou polêmica pela forma adultizada e sensual como se vestia e portava em seus vídeos na plataforma digital Youtube. Assim como a garota, conhecida como “Anitta Mirim”, muitas outras crianças são influenciadas a entrar no mundo adulto bem antes do que deveriam. Dessa forma, deixam de aproveitar o essencial período da infância e são expostas a possíveis atos libidinosos praticados contra elas. Segundo o filósofo Jean-Jacques Rousseau, é elementar que “crianças sejam crianças antes de se tornarem homens”. Logo, o incentivo à sexualização precoce promovido pelo teor erótico contido em programas televisivos, músicas e , até mesmo, nas roupas infantis tem usurpado ,de meninos e meninas, as brincadeiras ingênuas e descontraídas típicas da fase e chamado estes para um modo de agir que não deveria lhes pertencer. Consequentemente, há uma supressão de etapas do desenvolvimento infantil e interiorização de concepções adultizadas quanto ao modo de enxergar a si mesmo e as demais pessoas. Ademais, a sexualização dos comportamentos e vestimentas infantis facilitam situações que envolvam pedofilia e assédio sexual. Conforme o que foi dito pela psicóloga Ana Pazza, a criança desconhece a conotação erótica da ação que pratica ou roupa que utiliza. Dessa forma, o entendimento do apelo sexual somente será percebido pelos adultos, deixando os infantes ainda mais vulneráveis a investidas de indivíduos mal intencionados. Destarte, erotização e infância são conceitos completamente incompatíveis e que jamais deveriam estar associados no cenário contemporâneo. Assim, para a proteção das crianças brasileiras, faz-se necessária uma ação conjunta entre Estado, mídia e família. Na esfera pública, é imprescindível a criação de leis ,pelo Poder Legislativo, que proíbam a comercialização de produtos adultizados para o público infantil. Além do mais, a mídia tem um papel fundamental de veicular, nos diversos meios de comunicação, campanhas que incentivem meninos e meninas a brincarem e agirem de forma compatível com as suas idades. Já à família, cabe a orientação e acompanhamento dos filhos , evitando a apresentação precoce destes ao mundo adulto e consequente erotização. Por meio da conjugação de esforços desta tríplice aliança, a infância estará salvaguardada de sua supressão e exposição indevida.